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Brasil na Missa do Galo

Cearense de 11 anos vai cantar para o Papa na primeira fila.

Rio – Um cearense de 11 anos conquistou espaço cobiçado por milhares de jovens que amam música sacra em todo o mundo. José Carlos Ferrari Neto é o primeiro brasileiro a integrar o mais prestigiado grupo vocal católico, o Coral da Capela Sistina do Vaticano, que nasceu no século 6, na Itália. Ele tem se apresentado por toda a Europa e já cantou para o Papa Bento XVI, mas esta será a sua primeira Missa do Galo, no Natal. E na primeira fila.

“É uma vitória! Toda a família está feliz e vai fazer uma confraternização aqui em casa na hora da missa para ver o Neto na TV. A expectativa é enorme”, vibrou uma tia do menino, Márcia Ferrari, 46, que mora na Glória, Zona Sul do Rio.

Pai do pequeno soprano e seu primeiro professor de música, o maestro paraense José Carlos Ferrari Júnior disse que assistir ao filho cantar na tradicional celebração natalina é a recompensa pelo sacrifício enfrentado para colocá-lo na Escola da Capela Sistina.

“Para mim é o clímax de tudo que passamos. A Missa do Galo é o momento mágico da cristandade e, para nós, que somos católicos praticantes, será a glória”.

Na platéia da Basílica de São Pedro, além do pai, estarão aplaudindo Neto — e se emocionando muito — sua mãe, Marta, e a irmã Dalila, de 13 anos. A família mora em Capena, uma província de Roma, desde 2006.

Longa jornada de casa até a Capela Sistina

Contando os segundos para assistir ao filho na Missa do Galo, Ferrari Júnior, filho e neto de italianos ligados à música, tenta vencer outra dificuldade: a distância de casa até a escola do coral, em Roma. O trânsito caótico nos horários de rush obriga o menino a acordar muito cedo e o faz voltar tarde para Capena. Assim, haja fôlego ao soprano para não prejudicar seu rendimento escolar.

“Estamos a 30 minutos da escola, mas a viagem dura quase duas horas. Só que o aluguel de um quitinete no Centro de Roma custa R$ 6 mil. Não dá”, lamenta o maestro, que aguarda resposta da ajuda que pediu à Presidência da República e ao Governo do Ceará. “Não quero dinheiro, só um lugar melhor para morarmos. Meu filho é o primeiro brasileiro no coro. Ele merece”.

O caminho para Neto chegar ao coral foi uma provação. Em um ano ele passou por seleção rigorosa, que incluiu exaustivos testes e até exames de fonoaudiologia. O seu agudo, que ultrapassou o limite exigido, ajudou a credenciá-lo para o coro de 20 adultos e 35 crianças.

O DIA/RJ

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