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Prepare-se para gastar com material escolar

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os gastos com leitura e educação tiveram alta de 5,21% entre dezembro de 2005 e novembro de 2006.

G1

Gastos com educação lidera ranking de despesas familiares

No "ranking" das despesas familiares, os gastos com educação só ficam atrás das temidas prestações da casa própria e de financiamentos de automóvel.

E esse custo vem aumentando acima da inflação: segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os gastos com leitura e educação tiveram alta de 5,21% entre dezembro de 2005 e novembro de 2006. No mesmo período, a inflação oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 3,02%.

Considerando apenas as mensalidades escolares, a alta esperada para 2007 é ainda maior. No estado de São Paulo, elas devem sofrer reajuste de 6%, segundo o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado, José Augusto de Mattos Lourenço. Já a expectativa do professor Marcos Crivelaro, especialista em matemática financeira, é de alta de até 15%.

Com tamanho peso no orçamento, os gastos com educação precisam ser bem planejados. Segundo Crivelaro, as famílias devem se programar para que estes gastos sejam de cerca de 20% da renda. Para evitar ultrapassar essa marca, se houver mais de um estudante na família, o ideal é que estejam na mesma escola. "É de praxe a escola dar desconto nesses casos, de até 30%", diz o professor. De acordo com Lourenço, há escolas que dão desconto pela pontualidade do aluno, ou de acordo com as notas.

Escolhida a escola, a técnica de defesa do consumidor do Procon de São Paulo Marcia Christina Oliveira aconselha atenção ao contrato na hora de fazer a matrícula: "O valor da anuidade, que pode ser dividida em 12 ou seis parcelas, tem que constar no contrato", diz. "O documento também tem que explicitar o que vai ser cobrado à parte, como material escolar".

Em relação às condições para um eventual cancelamento da matrícula, Marcia recomenda verificar se haverá possibilidade de reembolso em caso de desistência, além das condições para isso. "Normalmente, as escolas aceitam o cancelamento até o início do ano, e devolvem o valor pago", diz, "mas isso precisa estar explícito no contrato".

Além dos custos de matrícula e mensalidade, é preciso ter o bolso preparado para os gastos extras, como material escolar, transporte e atividades extracurriculares. Mesmo para que freqüenta escola pública, a educação não sai de graça. "Só em transporte e material escolar, o gasto pode chegar a R$ 200 por mês", aponta Crivelaro.

Material escolar

Segundo a técnica do Procon, as escolas devem entregar a lista de material escolar com antecedência, para que os pais possam buscar os preços mais em conta. Exceto em caso de cursos apostilados, a escola não pode determinar onde o material escolar será comprado, diz Marcia.

A recomendação do Procon é que os pais se reúnam e comprem o material no atacado, reduzindo o custo unitário.

Da lista fornecida pela escola, só pode constar material didático – livros, cadernos, papéis especiais, lápis, canetas. Produtos relativos à infra-estrutura do estabelecimento, como papel higiênico, copos descartáveis e produtos de limpeza, não podem ser exigidos pelas escolas.

Transporte

Pais que trabalham fora geralmente dependem do transporte escolar. A recomendação, nesses casos, é procurar um estabelecimento de ensino próximo de casa, e tentar um esquema de rodízio com pais de outras crianças. "Se puder suprimir esse gasto, é uma boa economia", diz Crivelaro.

Extracurriculares

Aulas de dança, esportes e artes costumam ser cobrados à parte. Os pais devem ficar atentos também aos passeios, que muitas vezes são obrigatórios e geram custos extras. Em caso de obrigatoriedade, isso deve estar explicitado no contrato assinado na matrícula, segundo o Procon.