Balanço realizado pelo Banco do Nordeste revela aumento de 35% no crédito destinado à atividade em relação ao ano de 2005.
A agricultura familiar alagoana recebeu, em 2006, 35% a mais de recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), aplicados pelo Banco do Nordeste, em comparação ao ano de 2005. Segundo balanço das contratações realizado pelo BNB, foram R$ 68,3 milhões investidos na atividade. “Estamos satisfeitos com o resultado. A agricultura familiar é de extrema importância para o Estado e ajuda a fixar o homem no campo, contribuindo para o controle do êxodo rural, além de gerar renda para os agricultores – muitas vezes a única fonte de renda. Conseguimos aplicar mais do que o programado para Alagoas. Nossa meta para todo o ano de 2006 era de R$ 56 milhões e realizamos R$ 68,3 milhões, o que representa 121% da meta”, ressalta o coordenador estadual do Pronaf, no BNB, Manoel Roberto Muniz.
O coordenador do Pronaf destaca ainda que as regiões de Penedo e Arapiraca foram as que receberam os maiores volumes de recursos do Programa. “As agências do BNB que atuam naquelas áreas conseguiram aplicar cerca de R$ 10 milhões cada, contemplando os municípios por elas jurisdicionados, que envolvem Penedo, Arapiraca e cidades circunvizinhas”, informa Muniz. No caso do BNB de Penedo, houve praticamente o dobro das contratações previstas. As expectativas de aplicações também foram ultrapassadas pela agência de União dos Palmares. Naquela região, além de terem sido investidos 54% a mais de recursos em relação a 2005, o crédito liberado em todo o ano (R$ 8,2 milhões) também representou o dobro da meta estipulada.
Pelo balanço do BNB, Alagoas também teve crédito concedido para os grupos Semi-Árido, Mulher e Jovem, do Pronaf. O Programa é dividido em 13 grupos, de acordo com a renda familiar, atividade produtiva e outros critérios. Os grupos Semi-Árido, Mulher e Jovem foram criados recentemente pelo Governo Federal e beneficiam, respectivamente, investimentos em projetos de convivência com o Semi-Árido; atividades agropecuárias, artesanato, turismo rural, entre outras de interesse da mulher agricultora, e investimentos realizados por jovens agricultores que possuem entre 16 e 25 anos.
Em Alagoas, a região de Mata Grande foi a que teve os maiores valores do Pronaf destinados ao grupo Semi-Árido. José Cícero Vieira, um dos beneficiados de Inhapi, ressaltou a melhoria das condições hídricas em sua propriedade após o financiamento, que repercutiu positivamente na criação de caprinos, ovinos e aves que mantém no empreendimento. “Fiz a reforma da barragem, passando a produzir o suporte forrageiro para alimentar os animais, sem a necessidade de compra de ração; também houve melhoria das instalações da minha propriedade com aumento na quantidade e qualidade da produção”, disse.
As aplicações do Pronaf Jovem ficaram concentradas na região atendida pela agência do BNB em Batalha. Foi o caso do agricultor Luciano dos Santos Silva, de 20 anos, que mora com a família no Sítio São Luiz, em Pão de Açúcar. “Com o financiamento pelo Pronaf Jovem, Luciano pode dotar a propriedade de uma infra-estrutura adequada à atividade leiteira, de forma a um melhor convívio com as condições climáticas da região. Ele adquiriu três matrizes bovinas, implantou produção de palma forrageira e também adquiriu dois bois de serviço. Os juros são de 1% ao ano, e o prazo para o pagamento ficou em 120 meses, com 36 meses de carência”, informa o gerente de Suporte a Negócios do Pronaf, Alexandre Santos.
Com os benefícios do crédito, Luciano já consegue vender o excedente da produção para mercados e feiras livres da região. Além da criação de gado, ele também pratica a avicultura e plantio de feijão, milho, abóboras, entre outras pequenas culturas de subsistência familiar.
Já a região de Penedo foi a que teve o maior número de mulheres que procuraram o financiamento do Pronaf. O valor total contratado no ano de 2006 para aquelas agricultoras foi de R$ 457,8 mil.