Evento começa com a procissão do mastro que percorre várias ruas da cidade e vai até a Igreja Matriz, na Praça Basiliano Sarmento, onde será erguido para ser colocado a bandeira.
A partir do dia 21 de janeiro, a comunidade de União dos Palmares festeja sua padroeira, Santa Maria Madalena, com uma extensa programação a ser realizada até o dia 2 de fevereiro. O evento começa com a procissão do mastro que percorre várias ruas da cidade e vai até a Igreja Matriz, na Praça Basiliano Sarmento, onde será erguido para ser colocado a bandeira.
Durante nove noites a população e os visitantes comemoram e reverenciam a santa, numa das festas mais tradicionais da cidade e da região. Tem novenas na igreja, com reflexões, tem quermesse na praça, tem bingo e bandas tocando. É a oportunidade de a comunidade renovar seus pedidos e sua fé. Tempo de rever os amigos, de alegria na cidade, de descontração e de crença na santa mais estudada dos últimos tempos.
Meu pai não perdia uma noite de festa e era devoto fervoroso da santa. Contava que tinha sido curado por ela e a partir daí sua fé aumentou. Em tempos de festa lá em casa, nossa família costumava receber muita gente de fora, parentes e amigos para celebrar a santa. Nessa época, União recebe o seu maior contingente de visitantes.
O escritor Moacir Sader diz que Maria Madalena, de todas as personagens Bíblicas, talvez seja aquela personagem mais deturpada, encoberta por inverdades divulgadas ao longo dos séculos e por errôneas interpretações.
Desde os primeiros tempos ela ficou conhecida como a pecadora, a prostituta perdoada por Jesus. Mas Maria Madalena ou Maria de Magdala, é decididamente uma das discípulas de maior destaque nos Evangelhos. Era natural de Magdala, Galiléia, uma localidade na costa ocidental do Lago de Tiberíades.
Paralelamente a essa versão, uma outra história tem sido contada de modo sublinear pela arte ao longo de dois mil anos de história Cristã e, também, pelos textos apócrifos. Ela tornou-se muito célebre, com a divulgação do livro de Dan Brown, O Código Da Vinci, com o argumento de que na Última Ceia, de Leonardo da Vinci, a personagem que está à direita de Jesus Cristo, com traços femininos, seja ela e não o apóstolo João, como outros defendem.
Segundo o Novo Testamento, Jesus de Nazaré expulsou dela sete demônios. No Evangelho de João há uma referência sem nomeação sobre um determinado discípulo a quem Jesus amava, e este "estava reclinado no seio de Jesus". Madalena esteve presente na crucificação de Cristo, juntamente com Maria, a mãe de Jesus. Ela foi a primeira testemunha ocular da sua ressurreição e foi quem foi usada para anunciar aos apóstolos a ressurreição de Cristo.
Os teólogos consideram inaceitável a história narrada no romance de Dan Brown. Argumentam que Leonardo da Vinci se inspirou no Evangelho de João no texto em que se fala do discípulo amado – que seria o próprio apóstolo João – e não propriamente nas passagens referentes à instituição da Última Ceia.
Mas polêmicas e discussões à parte, o fato é que ela é venerada pelos católicos palmarinos e de toda a região e suas comemorações, logo no início, foram transferidas do mês de julho para fevereiro, por ser um mês muito chuvoso. Viva Santa Maria Madalena!