O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), disse neste domingo que não houve fraude na eleição vencida por ele em outubro passado e afirmou que não vê qualquer possibilidade de o pleito ser anulado.
O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), disse neste domingo que não houve fraude na eleição vencida por ele em outubro passado e afirmou que não vê qualquer possibilidade de o pleito ser anulado. "Fraude não ocorreu de forma alguma", declarou o governador, em entrevista à Folha, por telefone. "Eu ganhei e sei o trabalho que tive para isso."
Teotono disse que o processo que investiga o caso, em trâmite no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) alagoano, nem sequer cita seu nome. "O que é questionado é a inviolabilidade da urna eletrônica", afirmou. Para ele, o que ocorreu em Alagoas "é uma questão para o Tribunal Superior Eleitoral se pronunciar". "Foram colocadas em xeque não apenas as urnas de Alagoas, mas de todo o Brasil."
O governador disse que a eleição "transcorreu em absoluta tranqüilidade" no Estado e que a maior prova disso é que "não houve uma urna impugnada". A possibilidade de fraude no pleito alagoano foi levantada em reportagem publicada pela revista "Veja". Segundo a revista, um laudo do diretor da divisão de Ciência da Computação do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Clóvis Torres Fernandes, apontou que o número de votos registrados em algumas urnas foi menor que o de eleitores que votaram de fato.
Além disso, teriam sido totalizados votos de urnas que não existiam. Outros equipamentos não teriam registrado votos. Ainda segundo a revista, 35% das urnas do Estado apresentaram erros e o sistema de voto eletrônico teria registrado 22.562 eleitores a menos que o total de votantes.
Sem citar nomes, Vilela Filho atribuiu a polêmica ao candidato derrotado ao governo, deputado federal João Lyra (PTB). "Meu principal adversário quer distorcer os fatos", declarou. "Ele tentou durante a campanha inteira comprar a eleição, abusando do dinheiro para comprar lideranças", disse. "Agora, ele usa o legítimo direito de espernear, de não aceitar a derrota", afirma. "Coisa do homem rico, autoritário, que não aceitou perder", afirmou. "Acho que será importante o TSE se manifestar", repetiu.
Procurado pela Folha, Lyra não foi encontrado para comentar as declarações do governador. O TSE negou ter havido falhas graves e atribui o problema ocorrido em Alagoas a um mecanismo de um lote específico de urnas, que não comprometeria o resultado da eleição nem apresentaria risco de manipulação. Porém, diante das freqüentes contestações sobre o grau de confiabilidade das urnas eletrônicas, o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, pediu à Unicamp uma auditoria para tentar acabar com as polêmicas.