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Sem-terra desocupam sede do Incra

Uma comissão esteve reunida com os dirigentes do órgão para pedir agilidade na apropriação da Fazenda Lucena, localizada no município de Porto de Pedras e o resultado foi considerado positivo.

Sionelly Leite/Alagoas24horas

A sede do Incra já foi desocupada pelos manifestantes

Os militantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que passaram o dia na na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Alagoas (Incra), estão se preparando para deixar o local. Uma comissão esteve reunida com os dirigentes do órgão para pedir agilidade na apropriação da Fazenda Lucena, localizada no município de Porto de Pedras e o resultado foi considerado positivo.

A comissão de trabalhadores foi informada pelo Incra de que o processo dá causa ganha aos moradores do acampamento e que o que cabe ao órgão apenas solicitar imissão de posse, que será feita amanhã. "A notícia de que nós ganhamos a causa, por unanimidde, na Justiça, é importante para alimentar o desejo dos demais companheiros de continuar lutando pela terra", afirmou Carlinhos, coordenador Estadual do Movimento.

A fazenda Lucena, que tem 393 hectares, foi desapropriada em novembro de 2002 e, segundo o Incra, pagamento do imóvel foi feito em juízo. O proprietário da área, Flávio Nunes, entrou na Justiça alegando que a fazenda teria sido desmembrada, com o intuito de evitar a imissão.

“A nossa reivindicação já dura quatro anos e o decreto de apropriação das 35 famílias foi publicada no diário oficial há três anos. O dono dividiu a fazenda em três parte, e entrou na justiça alegando que teria sido desmembrada mas na prática nada disso aconteceu. No entanto, o ano passado a ação de desmembramento foi anulada, e até agora não tomamos posse" explicou a representante da CPT, irmã Cícera.

No ano passado, várias denúncias foram feitas pela CPT, sobre famílias que estavam sofrendo diversos tipos de agressão e perseguição do proprietário da fazenda. Segundo eles, eram ameaças de morte por homens encapuzados, que atearam fogo nos barracos e promoveram a destruição das roças.