Artifício garante marca homogênea do bronzeado, dizem adeptas da novidade. Homens olham com desconfiança: o que elas escondem embaixo do jeans?
As meninas do grupo de funk A Gaiola das Popozudas usam esparadrapo para reforçar a marquinhaO bronzeamento é natural, mas a marquinha… Carimbo de quem foi à praia, a lateral da calcinha – um pouco acima do ossinho do quadril, aparecendo para fora da calça jeans – já não é privilégio de quem tem o modelo certo, o corpo certo exposto ao sol certo. Para garantir – e exibir – a marca da estação, elas contam com novas aliados: esparadrapo, fita crepe e fita isolante.
Não entendeu? Vamos lá. Os adereços fazem o contorno perfeito da marquinha sem que a mulherada faça malabarismos para conseguir o resultado desejado. Uma das pioneiras do truque, Valesca dos Santos, de 28 anos, vocalista do grupo de funk Gaiola das Popozudas, ajudou a divulgar a novidade em entrevistas a rádios comunitárias no Rio.
“Às vezes, o biquíni sai do lugar. Já a fita fica certinha, coladinha para ficar com a marca mais forte”, defende ela, que faz questão de “torrar” ao sol para ter o resultado esperado. Companheira de grupo de Valesca, Rose Mendes, de 22 anos, leva um espelho para a praia e fica tomando conta dos efeitos do sol sobre o corpo. As marquinhas precisam ficar parecidas. “Ao natural, sempre fica um pouco torta”, reclama a funkeira.
Elas juram que os namorados aprovam, mas, na praia, há quem tenha as suas dúvidas. “Já vi mais de uma mulher usando isso na praia, mas nada que é forçado é legal. Agora, a marquinha estratégica é sexy”, opina o funcionário público Inácio José Ferreira, de 37 anos. O bancário Luis Fernando Coelho, de 28 anos, acha a moda arriscada. “É uma pegadinha. Você acha a marquinha linda e, na hora H, tem duas marcas? E o resto? ”, questiona ele.
É bem verdade que tem gente por aí usando as fitas para conquistar o direito a uma marquinha fina, quando na verdade usam sunquinis na parte de baixo. “A maioria não assume o biquíni lá em cima e coloca a fita além da marca normal. Acho feio e vulgar”, dispara a professora Angélica Rocha, de 20 anos.
No que depender das meninas da Gaiola das Popozudas, os homens não têm com o que se preocupar. “Você pode deixar o lacinho um pouco frouxo para não ficar com duas marcas. A fita crepe também não é muito boa, porque solta na água. O melhor é esparadrapo ou esparadrapo antialérgico, que é mais transparente”, ensina Valesca.
E, como os meios justificam os fins, elas dão a dica para quem quer sair por aí desfilando com a marquinha sem que ninguém desvende o mistério de sua origem: “O melhor é deixar para fazer isso na piscina de casa, do prédio ou na laje. Na praia, todo mundo repara”. “E se você for pegar sol em casa, pode até desfazer o laço do biquíni quando estiver deitada para ter certeza de que vai ficar uma marca só”, completa Rose.