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Nova York divulga telefonemas de vítimas dos atentados de 11 de setembro

Em uma das ligações, um segurança pede ajuda pouco antes de o prédio desabar. Conversas íntimas não foram divulgadas em respeito às famílias.

Edifício do World Trade Cente foi o alvo principal dos terroristas

A cidade de Nova York divulgou 19 telefonemas de vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, entre elas a de um funcionário de uma companhia de segurança, cuja informação não chegou aos serviços de assistência médica por causa do colapso das comunicações, informou neste sábado o jornal "The New York Times".

A conversa de Larry Boisseau, seis minutos antes da queda do edifício onde ele estava, foi a única divulgada integralmente, já que ele era um responsável pelo serviço de prevenção a incêndios. Nos outros 18 casos só foram reveladas as respostas dos operadores.

O jornal "The New York Times" e alguns parentes das vítimas obtiveram as transcrições após processos judiciais iniciados há cinco anos. Mas as conversas particulares não foram divulgadas para preservar sua intimidade.

Segundo o site do jornal, os telefonemas provam a coragem de algumas das vítimas, mas também a falta de comunicação entre os diferentes serviços de emergência, que contavam então com sistemas diferentes.

Para o "NYT", o serviço de emergência 911 não foi capaz de despachar a ordem de evacuação que poderia ter salvado vidas.

Confusão

Segundo as transcrições, acrescenta o jornal, as vítimas do atentado tiveram que explicar sua situação em várias ocasiões enquanto seus telefonemas eram passados dos operadores da polícia para as equipes de atendimento médico.

Boisseau, de 36 anos, que passou grande parte daquela manhã atendendo às vítimas e salvou dezenas de crianças de uma creche no térreo do World Trade Center, deu seu último telefonema da recepção da torre sul para pedir assistência médica.

Ele disse pausadamente à operadora: "Temos feridos na entrada do edifício 2 do World Trade Center, eles precisam de assistência, estão na parte sul, as equipes não poderão chegar por esse lado, está tudo cheio de escombros".

O jornal informa que, enquanto Boisseau esperava em linha, soava o tom do telefone de emergências médicas. Finalmente o operador da polícia reconhece: "Ninguém atende".

O operador encerra a comunicação desejando boa sorte, instantes antes do colapso do edifício.