O deputado federal João Lyra está chegando ao fim de seu mandato, conquistado a peso de ouro e diferente dos seus colegas José Thomaz Nonô e Rogério Teófilo, teve uma atuação medíocre e não fará falta alguma à bancada alagoana na Câmara. Mas está se vendo que não quer nem admite viver fora do jogo do poder.
O deputado federal João Lyra está chegando ao fim de seu mandato, conquistado a peso de ouro e diferente dos seus colegas José Thomaz Nonô e Rogério Teófilo, teve uma atuação medíocre e não fará falta alguma à bancada alagoana na Câmara. Mas está se vendo que não quer nem admite viver fora do jogo do poder. Aliás, as estatísticas provam que além de ação pífia foi uma figura ausente do Parlamento onde deveria estar como empregado do povo que enganado ali o colocou.
Perdeu a eleição para o governo porque assim o alagoano o quis e entendeu que a sua candidatura não servia aos reais interesses do estado. Usou de todas as forças, de todos os métodos e teve apoio das mais expressivas lideranças coronelescas do interior e os redutos negociados dos grotões da capital. Mas prevaleceu a vontade de uma esmagadora maioria que não acreditou em sua candidatura, em suas promessas eleitoreiras, em seu marketing fingido.
Perdeu o pleito para a sua arrogância, para seu despreparo, para a implacável rejeição ao seu nome. Ele diz a mais pura verdade quando afirma que “não foi traído, que na eleição não houve traição”. Na verdade todos os seus cabos eleitorais, todos os que com ele negociaram cumpriram com o seu papel. Mas a questão maior a ser levada em conta é que os eleitores da capital, do interior, dos distantes e pobres povoados, dos seus supostos “currais eleitorais”, dos seus “previsíveis” redutos, entenderam diferente. Optaram pela liberdade de escolher o melhor, de decidirem livremente sem a canga da submissão, sem a postura da vassalagem, sem a ameaça de tronco da senzala. O senhor usineiro perdeu porque votos não os teve.
Essa agora de buscar fraude na vontade soberana do povo é mais uma de suas histórias que não convencem a ninguém. Os que querem continuar usufruindo de sua fortuna até que tentam sustentar essa hipocrisia, que convence somente aos tolos e aos que o bajulam.
O desrespeito flagrante ao honrado Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, não macula a honra do presidente Fernando Tourinho e dos integrantes daquele douto plenário, mas indigna a uma sociedade pasma de mais uma ensandecida marotagem jogando na imprensa nacional irresponsavelmente o nome de Alagoas.
Ao assistir na televisão uma entrevista com o jovem e brilhante Daniel Macedo, secretário de tecnologia do TRE, deu para ter a dimensão do tamanho da irresponsabilidade cometida contra a séria instituição e a boa fé dos alagoanos. Com dados oficiais abalizados, conhecimento da matéria e carregado de magoa com o desrespeito também aos competentes técnicos de nossa Justiça eleitoral afirmava: “Podem ter havido falhas, mas estas não comprometeram em nenhum momento o pleito e com certeza não guardam qualquer relação com indicio de fraudes”.
Ponderado, o vencedor legítimo do pleito afirma: “É um gesto típico de quem não é democrata e não aceita o resultado das eleições”. O ex-governador Luis Abílio, do alto de sua sensatez e equilíbrio diz que “trata-se da procura de uma guerra política inócua. A verdade das urnas falou mais alto”. Já o exemplar magistrado presidente do TRE, desembargador Fernando Tourinho, protesta em sua indignação: “o processo eleitoral brasileiro é exemplo para o mundo. E o Tribunal de Alagoas deu esse exemplo”.
O Estado vive um momento de conturbação típica de início de governo. Vaidades feridas, confronto de forças internas, falta de experiência de alguns e “excesso” de experiência de outros e não faltam aves de mau agouro para exercitar o canto da maldade e da perversidade. Mas tudo há de passar e seguiremos adiante confiantes no futuro que nós escolhemos e com certeza é este o futuro que merecemos. Vamos em frente.
*Jornalista e presidente do Instituto Cidadão