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Rebelião de mais de 200 internos deixa Fundac destruída

Policiais do Batalhão de Choque revidaram com bombas de efeito moral e spray de pimenta. Agentes do Corpo de Bombeiros estiveram no local para conter o fogo. Internos tiveram ferimentos sem gravidade e foram atendidos no próprio local, e outros apresentaram problemas respiratórios devido às bombas.

Divulgação

Parede da Fundac é destruída durante a rebelião

Doze horas após o espancamento de um agente de segurança, a Fundação da Criança e do Adolescente do Cabo de Santo Agostinho (Fundac), na Região Metropolitana do Recife, foi praticamente destruída em uma rebelião neste sábado. O motim foi realizado por cerca de 230 internos da unidade e durou em torno de cinco horas, terminando às 16h.

Por volta das 11h, os internos começaram a destruir a vários compartimentos internos, como cozinha e celas, e atearam fogo em colchões e outros móveis. Também atirararam pedras.

Policiais do Batalhão de Choque revidaram com bombas de efeito moral e spray de pimenta. Agentes do Corpo de Bombeiros estiveram no local para conter o fogo. Internos tiveram ferimentos sem gravidade e foram atendidos no próprio local, e outros apresentaram problemas respiratórios devido às bombas.

O secretário de Desenvolvimento Social, Roldão Joaquim, acompanhou as ações no local. "A unidade tem capacidade apenas para 120 internos. Existe um quadro de superlotação e temos que lidar com isso", afirmou o secretário, em nota enviada pela pela Secretaria de Imprensa do Governo. Segundo o Governo, afora os 230 que se rebelaram, outros 40 não participaram do motim.

Segundo informações de policiais, os adolescentes chegaram a cavar um buraco de quase um metro quadrato num dos muros da Fundac visando à fuga.

Mudança

Com a danificação da estrutura e a destruição de móveis e colchões, o governo discutiu a possibilidade de transferência dos internos para outro local. "Não há condições de mantermos os internos nesta unidade", disse o secretário, inicialmente. Porém, após reunião, ficou decidida a permanência na unidade em sete celas que não foram depredadas.

O motim foi em protesto à transferência de oito internos, já maiores de idade, para o Centro de Triagem Abreu e Lima (Cotel). Esses jovens participaram, junto com outros 22, do espancamento do agente Hernando Francisco Afonso Júnior, 46 anos, nessa sexta, por volta das 20h20. O agente foi agredido a socos, pontapés, cadeiradas e vassouradas. Ele só foi salvo porque outros agentes e policiais militares que trabalham no local afastaram os agressores.

AUTUAÇÃO – Neste sábado, os oito internos estão detidos na Delegacia do Cabo, onde a delegada Helga Queiroz toma depoimentos. Eles devem ser autuados pela agressão e, de lá, seguirão para o Cotel.

A sessão de espancamento aconteceu no pavilhão 3, onde estão internadas pessoas com mais de 18 anos. O mesmo pavilhão registrou na última quinta-feira tumulto e tentativa de fuga dos internos. Eles fizeram greve de fome por não concordar com as regras impostas pela direção da unidade. Entretanto, ontem eles voltaram a alimentar-se normalmente.

Há cerca de um mês, 17 adolescentes da Fundac fugiram pulando o muro da unidade. Na ocasião, três agentes ficaram feridos.