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Produtores da bacia leiteira aprendem técnica de enriquecimento da palma forrageira

Estação de Pesquisa de Santana do Ipanema produz 38 variedades de palma forrageira, geneticamente melhoradas para aumentar o teor nutricional da alimentação bovina e a produtividade do leite alagoano.

O Banco do Nordeste e a Secretaria Estadual de Agricultura promovem a partir das 9h, na Estação de Pesquisa de Santana do Ipanema, encontro com produtores da Bacia Leiteira de Alagoas para disseminação da tecnologia da sacharina da palma (técnica de enriquecimento da ração animal), demonstração das 38 variedades de palma forrageira produzidas na Estação e concessão de crédito para a atividade de bovinocultura de leite.

As atividades desenvolvidas na Estação são fruto de pesquisa realizada pela parceria Seagri/BNB, por meio do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundeci). “O BNB patrocinou cerca de R$ 60 mil para esta pesquisa que inclui a tecnologia de enriquecimento da palma forrageira, desenvolvida pela Seagri-AL.

A palma, praticamente o único alimento do gado nos períodos de estiagem, possui in natura apenas 3% a 5% de proteína. Com o enriquecimento do farelo da palma, obtemos um teor de cerca de 25% de proteína bruta, a baixo custo. Além disso, estamos pesquisando novas variedades desta forrageira, melhoradas geneticamente. Trouxemos as mudas da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária e atualmente já trabalhamos com 38 variedades”, esclarece o coordenador da pesquisa e técnico da Seagri/AL, Fernando Gomes.

Produtividade

Segundo o agente de desenvolvimento do BNB em Palmeira dos Índios, Auvanildo Alves Araújo, a idéia é adicionar aos projetos o financiamento do equipamento de produção da sacharina da palma (o farelo enriquecido). “Inicialmente, o BNB patrocinou o desenvolvimento da pesquisa para a criação da sacharina, agregando valor nutricional à palma forrageira. É uma pesquisa pioneira do Estado, importante para a alimentação alternativa do gado leiteiro nos períodos de seca por ter alto teor protéico e baixo custo: R$ 0,16 o quilo. Agora, estamos na fase de disseminação da tecnologia entre os produtores da bacia leiteira, trabalhando, no começo, como projeto-piloto, com três grupos produtivos: Bacia Leiteira/Minador do Nogrão, Bacia Leiteira/Cacimbinhas e Salobro Grande de Girau do Ponciano”, informa Auvanildo.

Esses grupos produtivos, que envolvem 103 famílias, receberam ano passado cerca de R$ 1,13 milhão para estruturação hídrica e de forragem de suas propriedades, melhoramento genético do rebanho e aquisição de novos animais bovinos. Amanhã, os grupos de Minador do Negrão e de Cacimbinhas receberão mais R$ 729,7 mil para a atividade.

O agente de desenvolvimento do BNB ressalta que as novas variedades de palma, bem como a sacharina, estão sendo introduzidas na alimentação do gado desses grupos produtivos e que se cada produtor adquirir o equipamento que enriquece o farelo estará se consolidando essa cultura de alimentação alternativa na região. “Praticamente o produtor alagoano utiliza apenas duas variedades de palma forrageira. Temos 38 variedades na Estação que possuem vantagens em termos de composição nutricional e produtividade. A produção da ração enriquecida, dada para o gado no período de estiagem, pode aumentar a produtividade de leite na região. É esse nosso objetivo final”, disse.