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Portugal Ramalho terá sua Paixão de Cristo dia 3 abril

Na sua terceira edição, “A Paixão de Cristo segundo a realidade do Hospital Escola Portugal Ramalho” já está com encenação programada para a terça-feira da próxima semana, dia 3 de abril, às 18 horas.

Na sua terceira edição, “A Paixão de Cristo segundo a realidade do Hospital Escola Portugal Ramalho” já está com encenação programada para a terça-feira da próxima semana, dia 3 de abril, às 18 horas.

Em uma única apresentação, mais de 60 atores estarão distribuídos na Praça Chiquinho, onde foi montado o principal cenário da história. Desse número, cerca de 50 são usuários do hospital. O restante dos personagens está sendo contracenado pelos colaboradores da unidade, que não só atuam como atores, como, ainda, estão comprometidos com a ficha técnica, incluindo a direção, roteiro, narração, sonoplastia e cenografia.

De acordo com João Neto, psicólogo e coordenador do setor de recreação do hospital, todos os esforços são divididos entre a equipe. Não há parceria, nem algum tipo de apoio comercial. “A própria idéia da peça surgiu do grupo, que percebeu a necessidade de situar os nossos pacientes a uma data de tão grande importância para a sociedade, que é a Semana Santa, quando os cristãos se reúnem para celebrar o sofrimento e a ressurreição de Cristo”, justifica o psicólogo, destacando que essa é uma ação de ressocialização dos usuários.

Para João Neto, de 2005 até esta edição, alguns pontos já estão mais bem estruturados, a exemplo do tamanho e da beleza dos painéis, que mostram a base da ressurreição, pontuando as pedras e o caminho da peregrinação de Jesus, bem como o horizonte, que mostra a plenitude do céu, na hora da ressurreição do Criador.

Sendo uma realização do Núcleo de Arte Dr. Everaldo Moreira, do hospital Portugal Ramalho, dentro do Projeto Contando História, os papéis do espetáculo são entregues aos usuários, observando, principalmente, o nível de consciência deles. Em segundo lugar, está aquele que se aproxima do perfil mais próximo do papel que ele vai representar. “Os 12 apóstolos, por exemplo, foram todos selecionados do Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) Casa Verde, que cuida de patologias mais leves. Por isso, observamos um maior equilíbrio desses pacientes”, explica o psicólogo João Neto.

Elaine é uma dessas usuárias que nunca deixa de participar. Oriunda do Caps Casa Verde, em 2005 ela representou Maria. Em 2006, um anjo e agora atua como figurante. Já Tereza Cristina, da mesma ala da colega, também faz questão de participar, mas sempre fica como figurante, pela dificuldade na dicção.

Como Jesus Cristo, a equipe sempre escolhe personagens diferentes todos os anos. Nesta edição, o papel foi entregue a Jair, usuário do Centro de Atenção ao Álcool e outras Dependências (CEAAD), pela maior semelhança com o personagem principal da história.