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A Maldição

Por que temos que sofrer assim se sabemos que existem todos os motivos do mundo para sermos felizes? Por que temos que pagar esse preço tão alto quando poderíamos viver num lugar sossegado e de bem com a vida?

Por que temos que sofrer assim se sabemos que existem todos os motivos do mundo para sermos felizes? Por que temos que pagar esse preço tão alto quando poderíamos viver num lugar sossegado e de bem com a vida?

Observemos as cores do nosso mar, o romantismo das lagoas, a riqueza do subsolo, exuberante, produzindo gás, petróleo, salgema, isso pra não falar do privilégio de possuir um Sertão abençoado pelas águas do Velho Chico, de rios temporários que cortam as regiões críticas, da grandeza de homens e mulheres que habitam por essas bandas, oprimidos, massacrados, usados, violentados na sua única esperança de pelo menos poder criar sua família com dignidade.

A maldição de lá, agora, também é a de cá. Ficamos todos prisioneiros da intolerância, amontoados numa montanha de incertezas sem rumo, sem perspectivas, angustiados, vítimas de uma violência brutal, que de alguma forma já atingiu ricos, pobres, brancos e negros, jovens, velhos e crianças, autoridades, trabalhadores, estudantes e donas de casa.

Estamos à mercê dos bandidos, das quadrilhas organizadas, que decretam impunemente a sentença da próxima vítima; assalto à mão armada, seqüestro, revólveres apontados para as cabeças nos ambientes de trabalho, em casa, no carro, no ônibus, invadidos a qualquer momento a luz do dia ou na penumbra da noite.

Que Estado é esse, em que a baderna invade o patrimônio público, ameaça os poderes constituídos e nada acontece? Que Estado é esse, onde pais e filhos saem de casa e não têm a certeza da volta. Que Estado é esse, onde de repente, a autoridade policial aparece nas manchetes, acusada como cúmplice do crime?

Não! Isso não é mais o nosso Alagoas de hoje. Só pode ser a peçonhenta maldição que ainda insiste em nos perseguir, o cheiro de enxofre deixado por colarinhos branco, o ranço de malfeitores da sociedade que continua se chocando com os interesses do povo que clama por paz, justiça, trabalho e desenvolvimento.

Parodiando o falecido jornalista Noaldo Dantas, “no sétimo dia Deus criou Alagoas e aqui fez surgir as mais encantadoras belezas do mundo”. Enquanto isso, a sabedoria popular complementa, em compensação… Ah! Deus, como seria bom se voltássemos no tempo e uma nova explosão das galáxias despejasse por essas bandas uns “engravatados” melhores, menos egoístas e usurentos.

Que a sociedade não tivesse que ficar tão vulnerável, desprotegida completamente sem entender por onde começam os direitos do cidadão. Sem saúde, educação, segurança, sem esperança, que faremos meu Deus, se não rezar. Pai nosso que estais no céu… Amém!

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