Os recursos alocados nos orçamentos dos diversos órgãos e entidades públicas que compõem a estrutura administrativa do país, estados ou municípios, geralmente são menores do que a real necessidade para implantar os diversos projetos e ações.
Os recursos alocados nos orçamentos dos diversos órgãos e entidades públicas que compõem a estrutura administrativa do país, estados ou municípios, geralmente são menores do que a real necessidade para implantar os diversos projetos e ações. São muitas carências identificadas em todos os setores e não há como atender a tudo. É preciso planejar de forma estratégica, estabelecendo prioridades e mais do que isto, é essencial realizar gestões eficazes. Este é o único caminho que compensaria a escassez de recursos públicos.
Enquanto não se discutir aquilo que precisa ser feito para que as gestões públicas sejam realmente eficazes, continuaremos amargando índices de desenvolvimento social, econômico e resultados pífios. E ouviremos desculpas de que o problema é a escassez de recursos. Sem dúvida, esta é uma dificuldade, mas será que é a principal?
No setor público ouvimos falar bastante na importância de que as gestões sejam eficientes. Todos sabemos que eficiência é fazer as coisas certas. Mas não basta apenas o ministro, secretário ou diretor ser eficiente. O ideal é que todos, ou pelo menos a maioria do pessoal que compõe um determinado órgão – ministério, secretaria etc, faça as coisas certas.
Isto é obrigação de cada pessoa envolvida no processo administrativo. Cada profissional tem o dever de, no exercício de sua função, realizar as tarefas com precisão. Se na prática não ocorre, há somente uma saída: recuperar a auto-estima, efetuar treinamentos constantes, promover o desenvolvimento pessoal e técnico de cada servidor, classificar os funcionários em grupos e estabelecer uma seqüência de cursos que possam ser aplicados. Nem todos os servidores vão absorver a aprendizagem, pois como sabemos, o aprender verdadeiro depende de cada um. Porém, a maioria vai aprimorar suas habilidades e utilizá-las em prol da população.
Além disso, é indispensável que o titular do cargo dê exemplos constantes e tenha habilidades de líder verdadeiro, isto é, consiga atrair a atenção, procure dar significado às coisas que diz, inspire confiança entre os subordinados, tenha autocontrole, busque o comprometimento de todos na execução da missão, consiga despertar ou inspirar entre os liderados o interesse em transformar metas e objetivos em coisa concreta.
Então, se a eficiência é um dever, o grande diferencial de uma gestão está na eficácia das ações. Isto sim, compensará a limitação de recursos públicos e promoverá o bem comum numa velocidade muito maior.
Ninguém deixa de realizar alguma coisa se não for eficaz. Agora, a lentidão do fazer é maior. Poderemos executar muito mais e num tempo menor, atendendo aos reclamos da população, se agirmos com eficácia. Este é o diferencial. Isto é o que falta ao Brasil. Enquanto nós não pararmos para entender a revelância do tema, vamos continuar dizendo que a culpa é do orçamento ou da falta de recursos.
O país tem recursos de todo tipo. Não apenas financeiros, como também, recursos naturais abundantes. Os nossos servidores, se em alguns casos ainda não estão num nível desejável, é porque pouco ou quase nada é feito para o crescimento pessoal e profissional. A velocidade do conhecimento é uma realidade atual e precisa ser considerada no serviço público para que as pessoas não fiquem desatualizadas.
A grande estratégia para alavancar o desenvolvimento do Brasil em todos os níveis é a promoção da eficácia. E esta é uma tarefa que deveria começar pelo governo federal. Mas isto não impede que um governante estadual, municipal ou particularmente um secretário, venha a fazer no âmbito da pasta que dirige. As transformações às vezes partem de baixo, começam na base.
A eficácia pública é um processo de mudança que quando for incorporado num município, estado ou país fará a maior e melhor transformação já vista em todos os tempos.
Um exemplo do que estamos afirmando acima é a SMCCU. Uma entidade que, num passado recente, era questionada pela lentidão no atendimento, e que hoje, apesar de ainda existirem algumas dificuldades, está bem avaliada nas análises realizadas.
* É superintendente da SMCCU, Engenheiro Civil, Professor da UFAL, Mestre em Administração, Consutor em Gestão de Pessoas, de Processos e na Formação de Líderes.