Joãozinho Paulista, o maior goleador da história do CRB, comprovou para os que não conheciam sua personalidade, que é um homem íntegro e um profissional acima de qualquer suspeita.
Joãozinho Paulista, o maior goleador da história do CRB, comprovou para os que não conheciam sua personalidade, que é um homem íntegro e um profissional acima de qualquer suspeita.
Técnico interino do Galo – ele foi convidado a assumir o comando do time num momento turbulento, após a saída do técnico Arnaldo Lira – Joãozinho topou o desafio e deixou claro, na mesma semana, que estava no cargo enquanto um treinador experiente fosse contratado. “Estou trabalhando para aprimorar essa função. Ainda não me sinto preparado para a responsabilidade de comandar um time como o CRB numa competição como a Série B, por exemplo; mas estou chegando no ponto”, afirmou Joãozinho.
Por determinação da diretoria do Galo, o ídolo regatiano ficou no cargo e não decepcionou. “O Joãzinho foi além das expectativas porque tinha o apoio dos jogadores”, disse Kleber Marques, setorista da Rádio Difusora.
Na semana que antecedeu a estréia do CRB na Taça Maceió, o Alagoas24horas apurou que o diretor de futebol do CRB, Henrique Rocha, estaria interferindo na escalação do time.
Após a derrota para o Corinthians, quando o CRB atuou bem e criou melhores oportunidades de gol, Henrique teve dois momentos distintos: primeiro, cobrou mais apoio de alguns setores da diretoria, pois a derrota não representava o fim da campanha do time; e, segundo, numa afirmação, no mínimo, lamentável, ao afirmar na Rádio Gazeta, que “enquanto eu estiver aqui, nenhum jogador do juniores sobe para o profissional”.
Para o confronto com o Murici, no Estádio Severiano Gomes Filho, Joãozinho Pauslista, que já havia sido comunicado que ficaria no cargo, no máximo até o final da Taça Maceió, não poderia contar com os três zagueiros profissionais – Bebeto Maranhão havia sido expulso, Bruno Recife recebe o terceiro cartão amarelo e Maílson foi vetado pelo médico Luis Fernando.
Segundo uma fonte do CRB – a informação também é conhecida entre os setoristas que cobrem o dia-a-dia do Galo – Joãozinho teria sido comunicado, por Henrique Rocha, para improvisar Odair e Edu – os dois nunca atuaram na função – no miolo da zaga. O treinador até que tentou, mas após o primeiro tempo do coletivo, qundo o time titular perdeu por 2 x 0, não suportou a pressão interna e desabafou: “Não vou usar o Odair e o Edu na zaga. Não gostei deles improvisados e eles não vão jogar sem conhecimento da função”.
A explicação de Joãozinho era uma resposta à intenção de Henrique Rocha, que queria os dois na zaga. “Não gosto de polemizar, mas quem manda no time sou eu. O Henrique faz o trabalho dele lá, que nós, enquanto comissão técnica, faremos o nosso aqui, dentro de campo”.
Entre a cruz e a espada Joãozinho usou os artifícios da razão, e o bom senso prevaleceu. “Não gostei (pausa)… não gostei (pausa)… não gostei e não vou correr o risco de tomar uma goleada dentro de casa. O CRB não merece; a torcida não merece e eu não vou correr risco tendo jogadores que conhecem a função. “Se eu tiver que entrar com os dois Anderson vou fazer isso”, desabafou Joãozinho, após o primeiro tempo do coletivo.
Durante todo o segundo tempo do coletivo o treinador usou os garotos Anderson Lima, de 18 anos – prata da casa -, e Anderson Vieira, de 19 – revelado no Corinthians Alagoano e que estava no Náutico. “Se você tem jogadores na posição não há necessidade de improvisar. Eu acredito no que eu tenho, não adianta querer inventar”, completou Joãozinho. “Nós estamos prontos para entrar e corresponder. Somos jovens, mas temos futebol e vontade. Essa é a nossa vez; se o professor optar por nós aí vai ser com a gente”, disse Anderson Vieira, que estava ao lado do companheiro Anderson Lima.
Ainda na terça-feira, após o coletivo, Joãozinho conversou com os jovens zagueiros e confirmou que entrariam de titular. Além deles, Joãozinho promoveria a estréia do lateral esquerdo André Fernandes, além do retorno do volante Rodrigo Santos e do atacante Anderson Poti, que cumpriram suspensão automática.
O final da história – depois da vitória por 2 x 1 – apenas revela que o amor de Joãzinho Paulista pelo CRB e o respeito ao torcedor regatiano foram determinantes para o resultado positivo do Galo. Antes do início da partida Joãozinho, os jogadores e a torcida já sabiam que aquele seria o último jogo comandado pelo ídolo regatiano. O novo treinador – Alexandre Barroso, que comandava o juniores do Galo Mineiro, assistiu ao jogo das arquibancadas.
Joãozinho fez – e muito bem – o dever de casa e os dois jovens zagueiros superaram todas as expectativas. Ao novo comandante regatiano, que terá Joãozinho como assistente, boas vindas.