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Polícia Civil investiga derrame de dinheiro falso

De acordo com o delegado de Roubos e Furtos de Veículos, a Polícia Civil de Alagoas pode ter chegado a uma quadrilha especializada em derrame de dinheiro falso, que já conseguiu injetar no comércio de Maceió, mais de R$ 1 milhão em cédulas de R$ 10.

Sionelly Leite/Alagoas24Horas

Ednaldo Cícero da Silva conseguiu fugir da polícia e é suspeito de ser o chefe da quadrilha

De acordo com o delegado de Roubos e Furtos de Veículos, a Polícia Civil de Alagoas pode ter chegado a uma quadrilha especializada em derrame de dinheiro falso, que já conseguiu injetar no comércio de Maceió, mais de R$ 1 milhão em cédulas de R$ 10.

A descoberta do derrame de notas se deu em uma das operações da Delegacia de Roubos e Furtos, que investigava o desmanche de veículos e roubo de cargas na região da Fazenda Humaitá, em Satuba, distante 20 quilômetros de Maceió. Durante a operação foi preso o foragido do sistema prisional Alexandre Antônio da Silva, o Guanabara.

Guanabara foi preso no conjunto Antares I, na Serraria. Próximo ao local onde Alexandre Guanabara foi preso, a Polícia Civil de Alagoas encontrou – em uma residência pertencente ao foragido Ednaldo Cícero da Silva, o Nem – R$ 4 mil em notas falsas de R$ 10.

Nem – conforme Valdir Silva de Carvalho – é suspeito de integrar um forte esquema que coordena roubo de cargas, assaltos e outros delitos na cidade de Maceió e Arapiraca. Ednaldo Cícero da Silva conseguiu furar o cerco da Polícia Civil de Alagoas e não foi preso. Já Alexandre Guanabara não teve a mesma sorte.

A Polícia Civil de Alagoas ainda investiga a ligação dos dois no desmanche encontrado na fazenda Humaitá – arrendada ao irmão do ex-diretor da Polícia Civil, delegado Robervaldo Davino. No entanto, coloca os dois como criminosos de alta periculosidade e que também podem estar ligados a seqüestros em Alagoas, além do crime de estelionato.

Ednaldo Cícero da Silva é colocado pela Polícia Civil como chefe de uma quadrilha da qual Alexandre Guanabara também faz parte. Ednaldo Cícero, entre outras atividades ilícitas, venderia – conforme o delegado Valdir Silva de Carvalho – notas falsas que eram repassadas entre Maceió e Arapiraca.

“Não sei precisar quanto custava cada nota desta. As notas eram vendidas em pacotes de R$ 1 mil”, colocou o delegado. A falsificação chega muito perto da perfeição – conforme Valdir Silva – e só é possível constatar que são falsas quando visto o número de série das cédulas: todas possuem a mesma numeração. “Ou seja, na pressa, o comerciante recebe o dinheiro sem nem perceber que se trata de uma falsificação”.

Além do dinheiro, foram apreendidas – na residência de Nem – uma pistola 9 milímetros e diversas munições. Há pelo menos sete pessoas foragidas que podem ter ligação tanto com Ednaldo Cícero quanto com Alexandre Guanabara. A Polícia Civil de Alagoas ainda não sabe a origem das cédulas falsificadas. “Não temos informação sobre o local onde elas são fabricadas”, sentencia o delegado.

Valdir Silva de Carvalho ressaltou que as prisões foram fruto de um trabalho do serviço de inteligência da Polícia Civil de Alagoas, que contou com o apoio operacional da equipe da Delegacia de Roubos e Furto de Veículos. No momento em que foram abordados, os bandidos ainda tentaram uma reação armada, mas foram presos sem que ninguém saísse ferido.

“A operação era de mapeamento da área para que depois cumpríssemos os oito mandados de prisão. No entanto, nas diligências nos deparamos com o Alexandre Guanabara e tivemos que agir de imediato, por isto não conseguimos chegar aos demais. Há suspeita de haver pessoas de São Paulo dentro da quadrilha”, explicou Valdir Silva de Carvalho. Os dois foram detidos na manhã de terça-feira, dia 3.

Alexandre Guanabara é foragido do sistema prisional. Em entrevista a imprensa, ele diz que conseguiu sair do presídio Cirydião Durval pela porta da frente. “Eu mostrei a minha identidade para o agente penitenciário e sai como se fosse um visitante”, conta ele de forma natural. Guanabara nega envolvimento com o crime organizado e diz que estava preso por um homicídio que não cometeu.