Os fãs de Mr. Bean podem se despedir do personagem para sempre. O britânico Rowan Atkinson, seu criador, está dizendo adeus a sua criatura com “As férias do Mr.Bean”, que chega nesta sexta aos cinemas.
Os fãs de Mr. Bean podem se despedir do personagem para sempre. O britânico Rowan Atkinson, seu criador, está dizendo adeus a sua criatura com “As férias do Mr.Bean”, que chega nesta sexta aos cinemas.
Durante o lançamento na Europa, o ator anunciou que essa seria a última aparição do personagem em uma produção, seja para a telona ou para a TV. Verdade ou não, o resultado foi imediato: em seu fim de semana de estréia, a comédia liderou as bilheterias da maior parte da Europa, faturando cerca de US$ 35,5 milhões. Nada mal para um tipo humorístico que pode ser visto como antiquado neste mundo pós-“Borat”.
Criado em 1990 para a TV britânica, Mr. Bean logo conquistou seus conterrâneos com sua ingenuidade excêntrica e carismática e seu humor de poucas palavras, uma espécie de cruzamento de Monsier Hulot (de Jacques Tati) com um Carlitos ultrabritânico. Logo, o personagem chegava às TVs de 200 países e, em 1997, às telas de cinema, com “Mr. Bean – O filme”.
Só agora, dez anos depois, entra em cartaz seu segundo longa, com a missão de fechar o ciclo de vida do personagem e de deixar o caminho de Atkinson livre para novos papéis. Ou pelo menos é o que ele espera.
Nos últimos anos, o ator participou de diversos longas na pele de personagens , tais como “Johnny English”, Simplesmente amor”, “Três casamentos e um funeral” e “Scooby-Doo”. Entretanto, os trejeitos de Mr. Bean persistiram na tela, qualquer que fosse o papel dado ao ator.
Como Borat, mas muito antes do falso jornalista cazaque invadir os EUA, Mr. Bean fez uma bem-sucedida transição da TV para os cinemas, abrindo um caminho estratégico para outros comediantes.
Na Europa, diversos humoristas tentaram fazer o mesmo, usando a base de fãs conquistada por meio da televisão para faturar nas bilheterias. Porém, muitos não tiveram êxito, uma vez que ficaram limitados ao público local, já que as piadas não sobreviveram à tradução para outras línguas e culturas. Esse foi o caso do britânico “Kevin & Perry go large”, com os astros da BBC Harry Enfield e Kathy Burke, e do alemão Michael “Bully” Herbig, de quem a maioria dos brasileiros nunca ouviu falar.
O mesmo não se pode dizer sobre Mr. Bean, cujo tipo de humor, baseado na ação e não nas palavras, passa ileso aos prejuízos de tradução, uma fórmula que conquistou fãs rapidamente por todos os cantos e que vai certamente deixar saudade em muita gente.