Estima-se que 10 mil pessoas estavam na Basílica de São Pedro durante a cerimônia do Papa, que foi transmitida pela televisão em 40 países.
O papa Bento XVI fez neste domingo, em sua mensagem de Páscoa, um pedido fervoroso pela paz mundial e lamentou a "matança contínua" no Iraque e os crescentes problemas no Afeganistão.
O papa de 79 anos de idade fez o apelo em sua mensagem "Urbi et Orbi" (para a cidade a ao mundo) a dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, ao concluir sua segunda temporada de Páscoa de seu pontificado.
No discurso, transmitido para milhões de pessoas em 67 países no final da missa do Domingo de Páscoa, Bento XVI referiu-se aos conflitos no Oriente Médio e afirmou que não vê "nada de positivo no Iraque", com a morte de milhares de civis.
O Papa disse ainda que tem esperança no diálogo entre Israel e Palestina e criticou o que chamou de "paralisação das instituições políticas no Líbano".
Ele criticou duramente os conflitos religiosos pelo mundo, afirmando que não se justificam mortes de inocentes em nome da fé. "A única forma de superação é a oração e o princípio compartilhado para o bem comum", declarou.
O Papa criticou também as chagas no "flagelo da fome, no terrorismo e no seqüestro de pessoas das pessoas nas mil faces da violência".
Bento XVI lembrou ainda dos conflitos em países da África, especialmente a "situação calamitosa em Darfur e nas regiões vizinhas", e das eleições no Timor-Leste, que ocorrem neste domingo.
Ao final, o Papa deixou uma mensagem de paz, dizendo que, assim como Tomé ao tocar as chagas de Cristo, ele vê com esperança estes males do mundo.
"Através das Chagas de Cristo ressucitado podemos ver com esperança estes males. Acredito que a prepotência do mal não irá se opor à onipotência de Seu amor", disse o papa, referindo-se ao amor de Jesus Cristo.
Ele citou o apóstolo Tomé e sua incredulidade na ressureição de Cristo para chamar os fiéis a serem "apóstolos da paz e mensageiros da alegria da ressureição".
Referindo-se à passagem em que o apóstolo pede para tocar as chagas de Cristo para acreditar em sua ressureição, Bento XVI lembrou as "chagas" da guerra e da fome, que fazem milhões de vítimas pelo mundo afora e as catástrofes naturais ocorridas recente.
"Quantas feridas, quantas dores no mundo. Não faltam catástrofes materiais e tragédias humanas", disse o Papa antes de referir-se às tragédias que ocorreram no mundo, entre elas o recente tsunami que devastou as Ilhas Salomão, no Pacífico.
Milhares de pessoas participaram da celebração da missa da Páscoa na Praça de São Pedro, no Vaticano, em Roma, na manhã deste domingo (8). Aclamado pelos fiéis o Papa Bento XVI rezou a missa em pelo menos seis línguas, entre elas o português, que foi o idioma da segunda leitura.
Após a celebração, o Papa dirigiu-se aos cristão que estavam na praça saudando-os com a mensagem "Cristo ressucitou, a paz esteja convosco" e lembrou a passagem bíblica que descreve a ressurreição de Jesus, segundo o cristianismo, antes de iniciar a mensagem de Páscoa.
Após a declaração, a cerimônia foi encerrada com a também tradicional saudação do Papa às nações do mundo, em diversos idiomas.
O Papa Bento XVI iniciou a celebração da segunda Páscoa de seu pontificado no sábado (7) à noite, afirmando que os católicos não devem temer o mal ou a morte.
O Papa presidiu a Vigília de Páscoa na Basílica de São Pedro, no último evento da semana antes do domingo de Páscoa celebrado na Praça de São Pedro.
Durante o sermão, Bento XVI – com vestimentas douradas e brancas – disse que "o amor tem se mostrado ser mais forte do que a morte, mais forte do que o mal".
Ele pregou que Deus iria "descender para a escuridão e o abismo da nossa era moderna, e pegar nas mãos daqueles que esperam por Ele, levando-os à luz".
O pontífice, que completa 80 anos este mês, também batizou oito novos membros da Igreja, seis adultos convertidos e duas crianças. Eles eram da China, de Cuba, dos Camarões, do Japão e da Itália. Todos os adultos eram mulheres.
Estima-se que 10 mil pessoas estavam na Basílica de São Pedro durante a cerimônia do Papa, que foi transmitida pela televisão em 40 países.