O anúncio foi feito durante a manhã pelo executivo-chefe da rede, Jim Skinne, durante a apresentação dos resultados trimestrais.
A rede de fast food McDonald’s anunciou nesta sexta-feira (20) a venda ao empreendedor argentino Woods Staton, um parceiro de longa data da rede, de 1.600 restaurantes na América Latina, sendo 544 no Brasil. A rede informou que espera receber cerca de US$ 700 milhões com o negócio, que envolve um acordo de licenciamento de 20 anos. A transação deve ser concluída em poucos meses.
Segundo informações de mercado, a empresa Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, também está envolvida no negócio, como parceira, mas o comunicado do McDonald’s não cita a empresa como parte da operação. Procurada, a Gávea disse ao G1 que vai se pronunciar sobre o assunto nas próximas horas.
O anúncio foi feito durante a manhã pelo executivo-chefe da rede, Jim Skinne, durante a apresentação dos resultados trimestrais. Skinne defendeu esta operação, que "permitirá (ao McDonald’s) crescer mais rápido e ser mais ativo nas partes do mundo onde existe uma maior demanda pela marca". Uma parte do dinheiro recebido pela venda será destinada a pagamento de dividendos.
O argentino Woods Staton é sócio da rede McDonald’s na Argentina e supervisor das operações no Uruguai, Chile e Paraguai. Herdeiro de uma família abastada, Staton já aparecia como um dos líderes na corrida pelos ativos do McDonald’s na América Latina.
A operação latino-americana da rede foi colocada à venda em 2006. A intenção original do McDonald’s era concluir a venda ainda naquele ano.
Atualmente, a companhia opera no país por meio de subsidiárias que administram a rede e ainda são donas de muitas lojas. Com a mudanças, a multinacional deve passar apenas a receber royalties. O novo modelo de negócio é chamado pelo McDonald’s de ”developmental licensees” (ou ”licenças de desenvolvimento”).
O McDonald’s opera 1.600 lojas na América Latina, sendo 544 no Brasil. Avaliadas em R$ 1,5 bilhão, elas faturaram R$ 2,5 bilhões em 2005.
Os números trimestrais da empresa mostram que o lucro por ação, indicador seguido de perto pelos analistas, alcançou US$ 0,62, acima dos US$ 0,45 do ano passado.
A receita aumentou 11%, para US$ 5,464 bilhões, e o maior crescimento foi registrado na franquia da Europa, onde o McDonald’s, que conta com 32 mil restaurantes no mundo todo, tem uma maior aceitação.
Entre os fatores que aumentaram a renda da rede de fast-food se encontra a introdução de produtos mais saudáveis, especialmente saladas e sanduíches com frango, além do bom desempenho em países como China, Japão, França e Rússia.