O vereador Galba Novaes, depois de ter visitado as áreas de Guaxuma e Cahoeira do Meirim, pré-destinadas para abrigar o aterro sanitário de Maceió, vai apresentar requerimento á Câmara Municipal para que uma comissão de vereadores conheça a usina de reciclagem de lixo de Mucugê, interior da Bahia. Lá o projeto dá certo, gera emprego e renda e ainda ajuda as finanças do município por meio do recebimento de impostos.
O vereador Galba Novaes, depois de ter visitado as áreas de Guaxuma e Cahoeira do Meirim, pré-destinadas para abrigar o aterro sanitário de Maceió, vai apresentar requerimento á Câmara Municipal para que uma comissão de vereadores conheça a usina de reciclagem de lixo de Mucugê, interior da Bahia. Lá o projeto dá certo, gera emprego e renda e ainda ajuda as finanças do município por meio do recebimento de impostos.
“Em Mucugê a coleta seletiva é feita todos os dias e o lixo recolhido é levado para uma usina de beneficiamento. Lá a o conceito de educação ambiental que a população possui é enorme e além disso, a usina se tornou a forma mais segura de trabalho para os catadores”, informou o vereador.
Galba Novaes já fez contato com a prefeita da cidade, Ana Olímpia da Hora Medrado, que se prontificou a receber os vereadores e explicar o porquê da usina de compostagem e reciclagem de lixo de Mucugê ter sido o primeiro projeto piloto da Chapada Diamantina a dar certo. O município foi escolhido como referência pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional da Bahia. “Mucugê serviu de modelo para dez outras cidades implantarem a usina e mais de 50% da população fazem a coleta seletiva”, disse o vereador.
Novaes explicou que na maioria das cidades brasileiras, além de o serviço de coleta ser insuficiente, o destino final do lixo é inadequado. “São usados principalmente vazadouros a céu aberto, em água, ou ainda aterros sanitários que, muitas vezes, pelas dificuldades de manejo e alto custo de manutenção, descaracterizam-se, acarretando os mesmos problemas dos vazadouros. Essa má disposição do lixo compromete diretamente o meio ambiente, causando a poluição do solo, do ar e dos recursos hídricos e afeta a condição sanitária da população”, explicou ele.
E independentemente da construção do aterro, o vereador acredita que a usina de reciclagem de lixo pode ser uma solução para minimizar os custos e o problema do lixo em Maceió. Em termos técnicos, uma usina de reciclagem de lixo separa todo o material inorgânico (papel, plástico, metais, vidros) e mói todo o lixo orgânico, cujo destino final é a produção de adubo.
O processo de funcionamento é simples e passa pelas seguintes etapas: primeiro o lixo passa por uma esteira rolante, momento em que os catadores, equipados com luvas e aventais, retiram manualmente todos os elementos recicláveis inorgânicos; depois o material orgânico é moído e empilhado em montes, onde sofrerá um processo de fermentação aeróbica entre 60 a 90 dias. Depois desse prazo, ele se transforma em composto orgânico pronto para ser utilizado como adubo no solo.
“É importante ressaltarmos que não é comum a proliferação de vetores de doenças, devido ao calor gerado pelo processo de fermentação do lixo orgânico”, acrescentou o vereador.
Pelas primeiras informações recebidas de Mucugê, esse processo de separação apresenta vantagens significativas em termos de produtividade em relação à catação selvagem no lixão. “Até onde pude entender, o uso de tecnologia adequada, com utilização de equipamentos simplificados e mão-deobra intensiva, vem apresentando resultados bastante positivos na cidade. Inclusive bons resultados em termos de economicidade e qualidade do produto final”, destacou Galba Novaes.
O requerimento que prevê a autorização para que os vereadores viajem deverá ser apresentado na quarta-feira, dia 2. “Precisamos ir conhecer de perto o projeto e saber se podemos adaptá-lo a realidade de Maceió. Por exemplo, já temos a informação de que a usina de lixo é ideal para processar entre 50 e 150 toneladas de lixo por dia. Entretanto, Maceió produz cerca de mil toneladas dia. Qual seria a saída? Mais de uma usina dentro da cidade? Ou terrenos maiores para mais equipamentos, movimentação das máquinas e maturação da matéria orgânica? Queremos encontrar respostas para essas dúvidas”, finalizou o vereador.