Com a licença ambiental liberada há quase dois meses e mais de duas semanas depois de medida provisória destinar dinheiro extra para as obras, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) assinou ontem ordem de serviço para iniciar a transposição do rio São Francisco.
Com a licença ambiental liberada há quase dois meses e mais de duas semanas depois de medida provisória destinar dinheiro extra para as obras, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) assinou ontem ordem de serviço para iniciar a transposição do rio São Francisco.
Polêmico, o projeto é o que mais consome dinheiro dos impostos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento): R$ 5 bilhões até o final do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa do governo é inaugurar em 2010 os mais de 700 quilômetros de canais de concreto que desviarão parte das águas do rio São Francisco a quatro Estados do Nordeste: Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.
A ordem transfere R$ 26 milhões para o Exército, responsável pelos primeiros sete quilômetros da obra a partir dos dois pontos de captação de águas do São Francisco, nos municípios de Cabrobó e Petrolândia, ambos em Pernambuco.
Há mais de um mês, o Batalhão de Engenharia do Exército esperava pela assinatura do ministro da Integração.
Amanhã, o ministério receberá as propostas de empreiteiras nacionais que disputam a superlicitação de R$ 3,3 bilhões para a construção dos canais ao longo dos dois eixos do projeto. As obras foram divididas em 14 lotes.
O resultado do negócio deve ser anunciado em setembro, segundo o ministério.
Geddel Vieira Lima pretendia esperar o resultado da licitação para começar o trecho da obra sob responsabilidade do Exército, mas foi convencido a mudar de idéia pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), gerente do PAC. O argumento de Geddel era evitar que problemas na licitação provocassem nova paralisação do projeto.
O ministro avalia que o Exército deve ainda demorar "uns 50 dias" para iniciar as obras. O projeto, disse Geddel, não estaria a salvo de novas contestações na Justiça: "Não posso deixar de especular que pode aparecer obstáculo imprevisto".