Por volta das 11h30, a alagoana recebeu uma ligação de um homem dizendo que tinha seqüestrado seu filho, e exigia R$ 20 mil para libertá-lo. Mas, por volta das 13h30, recebeu um telefonema do próprio filho que negou o seqüestro e garantiu que estava bem.
Os presos do Rio de Janeiro estavam aplicando o golpe do falso seqüestro, conhecido também por “disque-seqüestro” em Alagoas. O golpe era feito por ligações vinda de uma quadrilha, do Presídio Evaristo de Moraes, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Do presídio, sete detentos conseguiram extorquir mais de R$ 2,5 milhão de uma moradora do Estado de Alagoas, que não teve o nome nem a cidade residente divulgados.
A vítima depositou R$ 2,8 mil na conta de Sabina Ferreira da Silva, ex-namorada do detento Jamil Sérgio Ferreira, no dia 27 de março. A moradora de Alagoas contou à polícia, em depoimento, que, por volta das 11h30 do dia, recebeu uma ligação de um homem dizendo que tinha seqüestrado seu filho, e exigindo R$ 20 mil para libertá-lo. Mas, por volta das 13h30, recebeu um telefonema do próprio filho que negou o seqüestro e garantiu que estava bem.
A polícia conseguiu bloquear a conta da agência da Caixa Econômica Federal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde o dinheiro foi depositado antes do saque.
“O dinheiro foi devolvido, mas o crime ocorreu”, resumiu o delegado-chefe substituto da Delegacia da Polícia Federal de Nova Iguaçu, Ricardo de Carvalho.
A PF suspeita que o grupo atua há pelo menos um ano e tinha até telefones de possíveis vítimas em Buenos Aires, na Argentina, além de capitais e cidades no interior do Brasil, segundo a polícia.
Na cela três da galeria A do “Galpão da Quinta”, dividida por sete detentos, foram encontrados dois celulares com bateria, um carregador, três chips para alternar as linhas dos aparelhos, um evangelho com anotações de telefones e contas de diversas pessoas do Brasil. Um dos celulares estava escondido no fundo de uma garrafa térmica.
O delegado Ricardo Carvalho informou que os presos sabiam até os carros utilizados pelas possíveis vítimas. As anotações tinham nomes de pais e filhos, telefones celulares utilizados, e endereços de pessoas de mais de cem cidades brasileiras, entre grandes centros urbanos como Curitiba e municípios interioranos como Assis, no Sudoeste Paulista.
“A quebra do sigilo telefônico dos celulares apreendidos e das possíveis vítimas vai ser solicitado”, afirmou o delegado Carvalho.
A polícia, que contou com a colaboração da administração do presídio, investiga se os companheiros da cela de Jamil também participaram do golpe, e quem estaria fora do presídio para atuar com as três mulheres. A quadrilha deve ser indiciada por extorsão, de acordo com Carvalho.
O presídio não conta com detectores de metais na entrada de visitantes, segundo a polícia. A entrada dos celulares na prisão vai ser investigada pela Polícia Civil. Agentes da PF acreditam que os telefones entraram escondidos na penitenciária com mulheres.
Com G1
Atualizado às 14h50