Os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) declararam greve e paralisaram as suas atividades por tempo indeterminado para discutir a Medida Provisória de número 366/07 decretada pelo governo federal.
Os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) declararam greve e paralisaram as suas atividades por tempo indeterminado para discutir a Medida Provisória de número 366/07 decretada pelo governo federal.
A medida – conforme os funcionários – torna ainda mais precária a ação do Ibama em todo o país, que trabalha hoje com número insuficiente de servidores. São apenas 5.500 funcionários em todo o território nacional. Os sindicalistas da categoria calculam que para um trabalho bem feito, seria necessário mais que o dobro.
Em Alagoas, os 100 funcionários participam da paralisação. No entanto, o comando de greve alega que os serviços emergenciais e essenciais estão sendo mantidos. Na manhã de hoje, em ação de protesto, os funcionários de Alagoas se reuniram em frente à sede do Ibama, na Durval de Góes Monteiro.
A MP 366/07 prevê que as atribuições de cuidados em relação às áreas de conservação deixam de ser do Ibama e passam para o recém-criado Instituto Chico Mendes. Com isto, de acordo com os sindicalistas, o Ibama perde o controle sobre áreas como parques nacionais e reservas extrativistas.
Em nota publicada no site do Jornal do Meio Ambiente, vários servidores também se mostram contrários a MP 366/07 e fazem duras críticas ao Governo Federal: “Se prestarmos atenção, podemos até identificar que interesses estão por trás desse esfacelamento do IBAMA. Interesses nem um pouco preocupados com a Conservação ou Preservação de nossos Biomas, ou com nossa biodiversidade, ou com a Sustentabilidade do desenvolvimento, ou mesmo com o hoje conhecido aquecimento global. Interesses por vezes escondidos – pasme – atrás de fachadas de ONG’s!”, colocam em nota.
O discurso é uníssono com o dos servidores de Alagoas. Conforme Antônio Seixas – um dos líderes do comando de greve – “o presidente Luis Inácio Lula da Silva se virou contra os trabalhadores e quer esfacelar o Ibama. A decisão foi feita de forma arbitrária e atinge diretamente a população brasileira, em detrimento de interesses dele e da ministra Marina Silva (Meio Ambiente)”.
Os servidores do Ibama aproveitaram ainda para fazer duras críticas ao Programa de Acelaração de Crescimento (PAC). “Este programa segue a mesma lógica que o governo anda aplicando no Ibama. Ele visa atender a interesses de empreiteiros que financiaram a campanha do Lula. É preciso que se denuncie isto. Este governo age sem respeito a democracia”, colocou Seixas.
Segundo ele, o Ibama tem incomodado por ter interferido no licenciamos de várias construções pelo Brasil a fora. A paralisação atinge a 70% das atividades do órgão e segue por tempo indeterminado. “Estão promovendo o desmonte do Ibama, com a criação deste novo instituto”, finalizou Antônio Seixas.