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Bancada do PSDB no Senado defende Teotonio

Segundo o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), o governador vai provar que não tem qualquer relação com as fraudes descobertas pela PF.

A bancada do PSDB no Senado saiu nesta terça-feira, 22, em defesa do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), citado no inquérito da Polícia Federal por ter supostamente favorecido a execução de obras da empresa Gautama no Estado. Segundo o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), o governador vai provar que não tem qualquer relação com as fraudes descobertas pela PF.

"Nós manifestamos confiança em alguém que conhecemos bem. Eu, Arthur, em termos de amigos na política, é somente ele [Teotonio] e mais dois. Não deixarei de ter confiança nele porque sei que ele tem explicações a dar", disse. A bancada tucana no Senado decidiu elaborar um manifesto de confiança a Vilela Filho –que não participou da reunião de governadores em Brasília para discutir reivindicações dos Estados ao governo federal.

O inquérito da Operação Navalha informa que um diálogo gravado pela Polícia Federal entre dois dos auxiliares do governador presos –Enéas de Alencastro e Denisson de Luna Tenório– afirma que a ordem para que uma obra viária fosse entregue à Gautama teria partido do próprio Vilela Filho.

O governador teria se encontrado com o dono da empreiteira, Zuleido Veras, no dia 26 de abril, às 12h30, no gabinete de João Tenório, suplente do tucano que assumiu a vaga no Senado após a eleição de 2006. Os dois teriam se encontrado pelo menos três vezes, de acordo com o relatório da PF.

CPI

Apesar de ter o governador tucano entre os suspeitos de envolvimento com as fraudes, o PSDB está disposto a apoiar a instalação de CPI Mista no Congresso Nacional para investigar as denúncias reveladas pela Operação Navalha.

Segundo Virgílio, a CPI pode acabar com o "clima de deboche" que paira sobre o Congresso Nacional –provocado pelas especulações de uma suposta lista com nomes de 40 parlamentares que estariam envolvidos nas fraudes da Gautama.

"Meu partido está disposto a colocar as coisas com clareza. Não eliminamos nenhuma hipótese. Qualquer investigação é defendida por nós", afirmou.

O líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), disse que na semana que vem a Câmara já terá as 171 assinaturas necessárias para a instalação da CPI. Se a comissão for mista, os parlamentares favoráveis à CPI terão que reunir 27 assinaturas de senadores.

"A CPI é para investigar fraudes em licitações e em processos de emendas parlamentares. Tudo isso a partir das investigações da Operação Navalha. A linha que separa os presentes e mimos distribuídos pela Gautama do irregular é muito tênue", disse Alencar.