Categoria aceita proposta do governo e começa a voltar ao trabalho. Sem Metrô, São Paulo teve manhã mais congestionada do ano.
Capital paulista registrou congestionamento recorde de 172 quilômetros esta manhã
Os metroviários de São Paulo decidiram em assembléia realizada na manhã desta quinta-feira (14) aceitar as propostas do governo e suspender a greve iniciada nesta madrugada. Pelo menos três milhões de pessoas usam o metrô todos os dias. A categoria deve retomar o trabalho por volta das 13h30.
Em reunião nesta madrugada, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portela, e o presidente do Sindicato dos Metroviários, Flávio Godói, haviam chegado a um pré-acordo segundo o qual o governo se propõe a subir a proposta de reajuste para a categoria. Em vez de 3,37% para salários e benefícios, foi oferecido 4,25% para salários e 3,09% para benefícios.
Congestionamento recorde
Nesta quinta-feira, as 54 estações do Metrô de São Paulo amanheceram fechadas. De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô, os trens transportam, diariamente, cerca de três milhões de pessoas.
Por causa da paralisação, as empresas de ônibus operaram com frota máxima nesta manhã. A Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio para os carros de placa 8 e 9. O resultado foi um excesso de veículos nas ruas, que provocaram a manhã mais congestionada do ano: 172 km, registrados às 9h.
Ainda nesta manhã, o governador de São Paulo José Serra (PSDB) disse que a greve dos metroviários foi "um gesto de profundo desrespeito com as 3 milhões de pessoas que usam o metrô, sem falar naquelas que ficaram presas no trânsito."
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), também criticou os metroviários. "Faltou bom senso, faltou equilíbrio. A negociação é correta, é legitima, é um direito deles, mas eles não podem se esquecer de que na greve prejudicam 3 milhões de pessoas. A alternativa é negociação, negociação e negociação", disse o prefeito. "No caso dos transportes, que é um serviço essencial, deve haver uma série de premissas antes de anunciar uma greve", afirmou.
Depois do recorde registrado às 9h, o índice de congestionamento na capital paulista caiu, mas seguiu alto. Às 9h30, foram registrados 162 km de lentidão, o terceiro maior congestionamento em uma manhã de 2007. A média para o horário é 79 km. Às 10h, o índice de lentidão foi 147 km. A média é 64 km.
O segundo maior congestionamento em uma manhã de 2007 foi registrado em 27 de abril, quando as filas em São Paulo somaram 166 km às 9h30, por causa da chuva e pelo movimento em véspera de feriado prolongado.
Volta para casa
Mesmo com a suspensão da greve, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), recomenda que os motoristas evitem trafegar em São Paulo entre 17h e 20h, horários em que há mais volume de carros nas ruas.