“Corrigir os erros, para não repetir o passado”. Este foi o lema entoado pelos sindicalistas durante a caminhada da manhã de hoje no Centro de Maceió. O evento organizado por entidades sindicais, militantes da esquerda, trabalhadores e estudantes relembrou os 10 anos do 17 de julho, quando o então governador Divaldo Suruagy foi retirado “a força” do Palácio Floriano Peixoto (sede do Governo do Estado da época) em um clima de “guerra civil”.
“Corrigir os erros, para não repetir o passado”. Este foi o lema entoado pelos sindicalistas durante a caminhada da manhã de hoje no Centro de Maceió. O evento organizado por entidades sindicais, militantes da esquerda, trabalhadores e estudantes relembrou os 10 anos do 17 de julho, quando o então governador Divaldo Suruagy foi retirado “a força” do Palácio Floriano Peixoto (sede do Governo do Estado da época) em um clima de “guerra civil”.
A ação dos trabalhadores – em 1997 – se deu depois de constatado um caos financeiro no Estado de Alagoas que levou ao declínio político de Divaldo Suruagy, eleito como o salvador da pátria anos antes. Os servidores chegaram a passar nove meses sem receber.
No lugar de Suruagy, assumiu o então vice-governador Manoel Gomes de Barros. No entanto, Mano – como é conhecido – também enfrentou diversas crises políticas, entre elas o desmantelamento da “gangue fardada”, com a prisão do ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante. Este por sua vez, possuía forte ligação com a cúpula palaciana na época.
Porém, mais que um resgate de memórias, a caminhada de hoje foi definida pela diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), Girlene Lázaro, como um “alerta”. “O 17 de julho mostra do que os trabalhadores são capazes, quando são intimidados ou desrespeitados pelas decisões arbitrárias e equivocadas do Governo do Estado de Alagoas. Estamos na luta e não podemos deixar que o governo de agora cometa os erros do passado”, destacou Girlene Lázaro.
O discurso de Lázaro correspondia ao da maioria dos sindicalistas que faziam questão de gritar palavras de ordem no microfone, em geral de insatisfação com a atual administração e sempre lembrando que – caso o Governo do Estado continue com dificuldades de dialogar com os servidores públicos – pode reviver de fato um novo 17 de julho a qualquer momento.
“É a busca pelos nossos direitos. A luta e a reivindicação. A memória do que a sociedade é capaz com a organização dos trabalhadores e a pressão popular. Fica o alerta. Governador, que o senhor veja os erros do passado, porque saberemos voltar às ruas e cobrar melhores momentos para Alagoas”, sentenciou Girlene Lázaro, em seu discurso na porta do Palácio República dos Palmares (nova sede do Governo do Estado, desde a gestão de Ronaldo Lessa).
Os gritos de revolta com o atual governo visavam mostrar a Teotonio Vilela Filho (PSDB) do que foi vítima Suruagy. Não faltaram comparações. “O governador atual não pode levar o Estado de Alagoas pelos caminhos feitos pelo Divaldo Suruagy, que foi um governo marcado pelo massacre ao funcionalismo público e pela corrupção. Estamos aqui para representar a vontade da população alagoana”, colocou Cícero Lourenço, representante do Sindiprev.
Uma das temáticas centrais do discurso de revolta foi a atual greve dos médicos. “O governo não pode ser intransigente. Parte dele é formado de médicos, como o vice-governador José Wanderley, como Álvaro Machado, enfim”, destacou o membro do Sindiprev.
O presidente dos Sindicatos dos Médicos, Wellington Galvão, também esteve na caminhada. “A política do atual governo tem sido a mesma de Divaldo Suruagy. É a mesma política de intimidação, pressão e corte de salários”, opinou Galvão. O sindicalista disse ainda que espera uma posição do Governo do Estado até a próxima quinta-feira, dia 19 de julho.
“Caso não haja resposta, na sexta-feira nós vamos começar as demissões coletivas”, voltou a afirmar Wellington Galvão. A crise causada pela greve dos médicos pode se agravar com um possível indicativo de greve da Polícia Civil para o dia 1° de agosto, como ressaltou o representante do Sindpol, Josimar Melo.
Em entrevista ao Alagoas 24 Horas, ele chamou a atual administração do “governo que oferece migalhas”. “Nós queremos aumento real. O governo só sabe falar em 5%. Parece cantiga de grilo”, colocou Melo.
A caminhada se iniciou em frente à Assembléia Legislativa de Alagoas, às 11 horas. Os sindicalistas e demais manifestantes pararam em frente ao Palácio República dos Palmares onde deram inícios aos discursos contrários a atual administração estadual. Em seguida, daqui a pouco, os protestantes partem em direção a Praça Marechal Deodoro. A caminhada – lembram os participantes – é pacífica e não visa causar transtornos, mas relembrar o poder da sociedade civil organizada.