Depois de liderar uma campanha para livrar a praça das aves, ser impedido de utilizar um repelente e sofrer ameaça de processo por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), padre Chico resolveu o problema com idéias inusitadas.
O pároco da Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto (a 314 km de São Paulo), padre Francisco Moussa Zanardo, venceu a “guerra” contra os pombos e comemora o sumiço das milhares de aves que há dez anos, segundo ele, infestavam a praça onde fica a Igreja Matriz da cidade.
Depois de liderar uma campanha para livrar a praça das aves, ser impedido de utilizar um repelente e sofrer ameaça de processo por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), padre Chico resolveu o problema com idéias inusitadas.
Primeiro, foram os rojões. Por ordem do padre, sacristãos passaram a soltar fogos de artifício em direção à copa das árvores durante o entardecer. “Isso foi o começo. Semana após semana, notamos que o número de pombos diminuía”, contou padre Chico.
Mas o golpe de misericórdia que afugentou os pombos de vez aconteceu há duas semanas. “Foi simples. Já tínhamos, ao redor da catedral, refletores afixados no chão. Compramos 14 novas lâmpadas, de 400 watts, mais potentes que as antigas, ao custo de R$ 1.800,00, e apenas viramos os refletores. Em vez de iluminar a Catedral, o foco da luz ficou voltado para a copa das árvores. As pombas simplesmente desapareceram”, explica.
Com a praça livre dos excrementos das aves, a catedral pôde por em prática um antigo sonho de padre Chico: o café comunitário ao ar livre, aos domingos, entre 10h e 11h, no intervalo entre as missas.
O sucesso dos rojões na Praça da Catedral virou moda em outros pontos da cidade infestados por pombos. Na Praça Coração de Maria, na Vila Tibério, fogos de artifício afugentaram as aves. O taxista Santo Uzuelli, de 69 anos, contou que colegas soltam bombinhas em todo entardecer.