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Médicos tentam salvar dedos de delegado

O diretor do Hospital Quinta D'Or, em São Cristovão, na Zona Norte do Rio, informou que o delegado Alexandre Neto, baleado no domingo (2), em Copacabana, corre o risco de perder alguns dedos da mão direita, mas não corre risco de vida.

G1

Investigações não descartam que delegado sofreu ameaças

O diretor do Hospital Quinta D’Or, em São Cristovão, na Zona Norte do Rio, informou que o delegado Alexandre Neto, baleado no domingo (2), em Copacabana, corre o risco de perder alguns dedos da mão direita, mas não corre risco de vida.

O médico Rodrigo Gavina da Cruz disse que ainda não é possível saber se o delegado-adjunto da Delegacia Anti-Seqüestro do Rio foi ferido por três ou quatro balas. Foram retirados dez fragmentos do corpo de Neto, mas o principal problema são os ferimentos, que expostos como se fossem fraturas.

"É grande o risco de o quadro se complicar por causa da infecção", avaliou Gravina da Cruz, acrescentando que a equipe médica está empenhada em evitar que o policial perca os movimentos da mão direita.

Só a perícia técnica vai precisar quantas balas acertaram Neto. O diretor do hospital informou que Neto está sedado e sente muitas dores.

Figura controvertida, homem de amigos leais e muitos inimigos, Alexandre Neto é autor de um dossiê sobre atividades ilegais de um grupo de policiais do Rio ligados ao ex-chefe de polícia Álvaro Lins e à máfia dos caça-níqueis. O dossiê foi entregue à Polícia Federal em outubro do ano passado e serviu de base para o inquérito que acabou com prisão de alguns policiais durante a Operação Gladiador.

Ameaças de morte

O delegado Vinicius George, secretário-geral do Sindicato dos Delegados, embora não admitisse abertamente, deu a entender que o delegado adjunto da Divisão Anti-Seqüestro, Alexandre Neto, vinha sofrendo ameaças.

Na tarde de de domingo (2), Neto sofreu um atentado na Rua Constante Ramos, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Dois homens num carro escuro, pararam diante do carro do delegado e dispararam pelo menos oito tiros contra Alexandre Neto.

"Ameaças são inerentes à profissão. Policiais que trabalham com investigação estão sempre sujeitos a este tipo de coisa, adquirem desafetos ao longo dos anos. Todas as possibilidades têm de ser investigadas. Seria leviano apontar qualquer individualização de conduta", disse George, evitando falar diretamente sobre possíveis ameaças.

Durante a manhã desta segunda-feira (3), alguns delegados tentaram visitar Alexandre Neto no hopistal. Fernando Paredes, da 37ª. DP (Ilha do Governador), Pedro Paulo Pinho, da 32ª (do Tanque) e o delegado Marcos Castro, lotado na Chefia de Polícia Civil, não foram autorizados a subir ao quarto de Alexandre Neto.

O delegado passou por uma cirurgia de aproximadamente seis horas para reparar fraturas na mão direita. Alexandre Neto poderá sofrer nova cirurgia na terça-feira (4), para concluir a reconstituição da mão.O quadro de Alexandre Neto é considerado estável.