Uma fuga ousada registrada no final da tarde de ontem no Centro Psiquiátrico Judiciário (CPJ), o Manicômio Judiciário, levantou o questionamento sobre a transferência de reeducandos para o centro por determinação da Justiça.
Uma fuga ousada registrada no final da tarde de ontem no Centro Psiquiátrico Judiciário (CPJ), o Manicômio Judiciário, levantou o questionamento sobre a transferência de reeducandos para o centro por determinação da Justiça.
O reeducando Marcos Roberto dos Santos Silva, 25 anos, conseguiu fugir por volta das 16h30 de ontem pela porta da frente do centro psiquiátrico. O rapaz, que responde processo por ter agredido fisicamente sua esposa, enganou os agentes penitenciários e fugiu correndo pela porta da frente.
A fuga de Marcos trouxe a tona a discussão com relação a permanência de reeducandos na unidade destinada a pacientes em tratamento psiquiátrico. Para a gerente-geral do CPJ, Magali Pimentel, o centro psiquiátrico não tem estrutura física adequada para manter reeducandos nas instalações uma vez que o CPJ não possui celas e sim alas.
“Não temos condições de custodiar reeducandos. Atualmente, estamos com 60 reeducandos em uma ala que é de celas. Eles [reeducandos] são transferidos para o manicômio por determinação do juiz para que seja feito um laudo de constatação ou não de sanidade mental. Não vejo necessidade da transferência para o CPJ, o reeducando seria encaminhado apenas nos dias de avaliação com o médico”, explicou Magali.
A gerente-geral informou ainda que pelo regulamento disciplinar da unidade o reeducando é atendido pela assistência social dentro da ala onde está lotado, mas que na ocasião de ontem – que levou a fuga de Marcos Roberto – o reeducando se aproximou da porta de saída porque estava sendo encaminhado até a sala da assistente social.
“Já encaminhei para a Intendência Geral do Sistema Penitenciário o relato da ocorrência e solicitação de abertura de sindicância administrativa para apurar as circunstâncias em que a fuga aconteceu. Vou solicitar ainda nova audiência com o presidente do Tribunal de Justiça para que o procedimento adotado pelos magistrados seja reavaliado para evitar que ocorrências como esta volte a acontecer”, destacou.
Assim que aconteceu a fuga, equipes dos Grupo de Ações Penitenciárias (Gap) e do Batalhão de Policiamento de Guarda (BPGD) foram acionados, realizaram buscas, mas não conseguiram recapturar – até o momento – Marcos Roberto.