Categorias: Mundo

Acusada de matar grávida e roubar bebê vai a julgamento

Segundo os promotores, Montgomery enforcou Bobbie Jo Stinnet, 23 anos, antes de tirar o bebê de seu útero e levá-lo para casa como se fosse seu. O crime chocou os Estados Unidos em 2004.

AP

Lisa Montgomery Lisa Montgomery em 20 de dezembro de 2004

Começa hoje, nos Estados Unidos, o processo que vai selecionar o corpo de jurados para o julgamento de Lisa Montgomery, acusada de cortar a barriga de uma mulher grávida de oito meses e roubar seu bebê.

Segundo os promotores, Montgomery enforcou Bobbie Jo Stinnet, 23 anos, antes de tirar o bebê de seu útero e levá-lo para casa como se fosse seu. O crime chocou os Estados Unidos em 2004.

Depois da seleção do júri, acontecem as alegações iniciais, previstas para esta quinta-feira. O julgamento pode durar até um mês. Lisa Montgomery disse ser inocente da acusação de seqüestro resultando em morte, mas seus advogados já indicaram que devem alegar insanidade.

Numa audiência anterior ao julgamento, uma neuropsicóloga testemunhou que ferimentos na cabeça sofridos por Montgomery anos antes podem ter danificado a parte do cérebro que controla a violência.

Na época do assassinato, Lisa Montgomery já tinha três filhos adolescentes, mas estava desesperada por uma nova criança, acreditando que isso salvaria seu casamento, e decidiu inventar uma gravidez.

Perto do fim de sua gravidez imaginária, ela conheceu uma grávida, Bobbi Jo Stinnet, durante um show de cachorros no estado do Kansas e traçou seu plano.

Ela viu um anúncio de venda de filhotes que Stinnet havia colocado na Internet e foi até a casa dela, no Missouri, fingindo estar interessada em comprar os cachorros.

Ela teria então estrangulado Stinnet, antes de cortar sua barriga com uma faca de cozinha, e levado seu bebê prematuro para casa, no Kansas, onde teria apresentado a menina, orgulhosa, ao marido, Kevin.

Os policiais a encontraram depois de rastrear e-mails no computador de Bobbi Jo Stinnet.

A bebê, Victoria Jo, foi depois devolvida ao pai, Zeb.

William Phelps, que escreveu um livro sobre o caso, disse que "às vezes, essas mulheres sofrem de uma condição em que acreditam, de fato, estar grávidas. Mas no caso de Lisa, ela era apenas uma mentirosa patológica. Por três anos seguidos, ela disse que estava grávida quando não estava e depois afirmou ter perdido o bebê".

Lisa Montgomery não foi a primeira mulher a cometer um crime deste tipo. O Centro Nacional contra o Desaparecimento e a Exploração de Crianças, no Estado de Virginia, diz que houve nove roubos ou tentativas de roubo de fetos desde 1987.

Outra americana, Sarah Brady, esteve perto de se tornar uma vítima.

Ela estava grávida de nove meses quando foi atacada por uma mulher que tinha recentemente se tornado sua amiga, Katie Smith.

Brady lutou com Smith e acabou matando a agressora. A polícia descobriu que Smith fingia estar grávida e encontrou na casa dela um kit cirúrgico, com luvas, bisturis e um grampo umbilical.