Há um fenômeno em curso, contaminando ponderáveis estratos da população brasileira, de considerável gravidade. A sua origem encontra-se em uma poderosa aliança, mas extremamente dissimulada, discreta mesmo, entre a grande mídia nacional e as oligarquias financeiras internacional e nacional.
Como se sabe, a primeira aparência das coisas, muitas vezes é contrária à sua essência. Há em curso, no país, uma verdadeira ofensiva pela ética na atividade política. A ética é algo fundamental tanto nas relações individuais, sociais e principalmente no trato da coisa pública.
Mas, se observarmos a base concreta da natureza dos acontecimentos, encontramos por trás das iniciativas que assumem grandes dimensões, imensos conglomerados que primam por tudo e muito mais, se possível, menos a imprescindível ética.
Movem-se, fundamentalmente, por meio de negócios escusos, pela dilapidação da riqueza nacional. Agigantam a sua influência na sociedade através da ausência de qualquer tipo de pudor.
Nos tempos do arbítrio, sustentaram e enalteceram a tirania como a salvação da pátria, combatendo os indivíduos ou as instituições democráticas que zelam pelo Estado de Direito. Transformaram-nos em cidadãos e entidades suspeitas, quando não, subversivas incontestáveis.
As riquezas construídas à sombra da férrea mordaça da censura aos órgãos de comunicação, eram intocadas à época e por todos os tempos. Algo como uma cláusula pétrea. Não deve haver surpresa em tal procedimento, legislam em causa própria.
Quando o despotismo empalideceu, tornou-se frágil, cambaleou e ameaçou cair, prontamente aderiram ao movimento pela restauração das liberdades democráticas, como se fossem a vanguarda destemida, guardiã das liberdades usurpadas. Assim, no curso da História foram construindo impérios financeiros e midiáticos, através de posições camaleônicas.
De oportunismo em oportunismo, sinuosamente, vendem cosméticos, duvidosos atores, costumes importados, produzem falsas ideologias a cada semana trocadas por outras, butins, bancadas parlamentares sem causas, à exceção do sinal mágico dos holofotes das câmeras.
Apostam na ausência de memória dos trabalhadores e setores médios, com a plena convicção de que conseguem manipular a todos, durante todo o tempo. É a ditadura desse mercado e dessa mídia. Escassa é a democracia.