Ricardo Omena, advogado da família do universitário Douglas Vasconcelos, 21, encontrado morto na semana passada em um canavial de Roteiro, revelou, em entrevista exclusiva ao alagoas24horas, que foi entregue ontem ao delegado Flávio Saraiva, um cartão de crédito adicional no nome de José Carlos Júnior, um dos suspeitos de ter assassinado o jovem.
O cartão adicional de Júnior foi enviado pelos Correios para a residência de Douglas, juntamente com o cartão titular, que havia sido solicitado pelo universitário que foi morto. Além do cartão de crédito, Omena entregou cartões e cartas de amor remetidas por Júnior para Douglas. As cartas mostram que o relacionamento amoroso entre os dois já durava cerca de quatro anos.
“A família do Douglas não entende porque Júnior insiste em dizer que mal conhecia ele. Júnior teve vários contatos com a família do Douglas e o relacionamento de ambos era conhecido pelos parentes e amigos da vítima. Era um romance discreto, mas não era escondido”, explica o advogado.
Omena diz, ainda, que existem outras provas do relacionamento amoroso dos dois em posse da polícia, que ainda não podem ser divulgadas. O advogado adiantou que o caso tem novidades que não podem ser levadas a público no momento para não atrapalhar as investigações.
“Entregando essas provas do relacionamento à polícia, a família do Douglas não está acusando o Júnior, mas apenas provando o relacionamento que o acusado faz questão de negar que existia”, diz Omena.
O resultado do exame de DNA – que irá comprovar se o sangue encontrado no carro de Júnior é ou não de Douglas – deve sair ainda hoje, no final da tarde. “Esperamos que o resultado do DNA explique o que até hoje o Júnior não conseguiu explicar: a origem desse sangue no carro”, concluiu o advogado.
O crime
Douglas Vasconcelos desapareceu na tarde doa dia 9 de setembro. Após 26 dias, seu corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição em uma estrada vicinal no canavial da Usina Roçadinho. O corpo foi reconhecido por familiares graças à utilização de uma cinta cirúrgica. No crânio da vítima foi localizado duas perfurações a tiros.
A Polícia Civil, responsável pela apuração do caso, prendeu no mesmo dia em que o corpo foi encontrado José Carlos Júnior e seu primo, Klébson Luciano da Silva, acusados de terem assassinado Douglas. Durante a apresentação, nenhum dos acusados quis se manifestar a respeito do crime.