Policiais militares encontraram, na manhã desta terça-feira, oito crianças abandonadas em uma casa na Grota da Macaxeira, em Maceió. As vítimas têm entre 2 e 11 anos e bebiam água com açúcar para enganar a fome, segundo informações do Conselho Tutelar. Uma delas está com hematomas no corpo.
Alagoas24Horas
Policiais militares encontraram, na manhã desta terça-feira, oito crianças abandonadas em uma casa na Grota da Macaxeira, em Maceió. As vítimas têm entre 2 e 11 anos e bebiam água com açúcar para enganar a fome, segundo informações do Conselho Tutelar. Uma delas está com hematomas no corpo.
Os vizinhos chamaram a polícia depois de perceberem que a mãe, de 31 anos, não aparecia para ver os filhos desde a semana passada. "Alguns moradores nos relataram que as crianças mais adultas pediam açúcar para diluir e dar aos mais novos. É uma forma de enganar a fome", disse o conselheiro Cássio Tadeu da Silva.
As crianças foram levadas para a delegacia e devem ser encaminhadas para uma clínica. "Elas vão passar por cuidados médicos, pois estão com aparência de desnutrição. Só um médico pode avaliar esse quadro. A nossa função é tirar as crianças da situação de risco", disse o conselheiro.
A maior preocupação de Silva é com uma criança, de 7 anos, que está com o corpo repleto de hematomas. "Segundo foi apurado, a mãe o agrediu depois de chegar em casa na semana passada. Vamos levar a criança para fazer exames no IML. A mãe nos disse que gasta o dinheiro com cachaça e tem dificuldades para cuidar dos filhos porque não tem marido."
As crianças foram levadas para um abrigo municipal ainda hoje "Posteriormente, vamos encaminhá-las ao juiz da Vara da Infância e da Juventude para que as providência necessárias sejam tomadas."
Casos como o ocorrido hoje são cada vez mais comuns em favelas e grotas, onde o desemprego e a miséria são aliados. No ano passado o Alagoas24Horas publicou uma reportagem especial sobre três crianças e uma adolescente que foram abandonadas pela mãe na favela Sururu de Capote.
Após uma denúncia anônima feita ao Ministério Público dois conselheiros tutelares recolheram, as meninas que estavam sozinhas num barraco, vivendo em condições precárias, durante dois meses.
A situação obrigou a filha mnais velha, uma adolescente de 13 anos a se prostituir para comprar alimentos para as irmãs. Na mesma semana, o conselho tutelar também recolheu duas irmãs-gêmeas de seis meses de vida, na favela Sururu de Capote. Elas foram encontradas em cima da cama e estavam há uma semana sem comida.