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Brasil receberá Copa 2014 sem saber quanto vai gastar

Responsável pela consultoria financeira do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, o ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni, está certo de que o País tem condições de realizar uma Copa do Mundo sem o desperdício de recursos públicos.

Terra

Segundo Langoni, Brasil ainda não tem um orçamento definido

Responsável pela consultoria financeira do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, o ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni, está certo de que o País tem condições de realizar uma Copa do Mundo sem o desperdício de recursos públicos.

Porém, às vésperas do anúncio do país sede da Copa do Mundo de 2014 – o Brasil concorre como candidato único -, admite, em entrevista exclusiva ao Terra, não saber qual será o tamanho da conta. "Não existe um orçamento ainda. O que há de efetivo é o orçamento do Comitê Organizador e uma avaliação do gasto com os estádios", afirma. Segundo ele, o montante que caberá ao governo, de recursos para obras de infra-estrutura, só será definido a partir do final do ano que vem, quando serão definidas as sedes do torneio.

Na sua opinião, o principal papel do governo é criar um marco regulatório que atenda as exigências da Fifa, o que abrirá caminho para que os investidores se interessem pelas obras e assim invistam por meio de PPPs (Parcerias Público Privadas). "Essas obras seriam realizadas de qualquer maneira. A Copa do Mundo só vai fazer com que elas sejam aceleradas", diz.

Sobre a realização do Mundial, ele afirma que os brasileiros, às vezes, sentem "complexo de inferioridade". Segundo ele, o Brasil vive um momento único na economia e está certo de que isso fará com que o País não tenha dificuldades em encontrar investidores para o projeto. Para embasar o seu pensamento, cita a estimativa do Banco Central, de US$ 30 bilhões em investimento estrangeiro direto no Brasil em 2007.

Langoni afirma que ter administrado o Banco Central entre 1980 e 1983, durante o governo do general Figueiredo, foi uma missão muito mais delicada do que a do seu colega Henrique Meirelles, que está no cargo desde o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. "Naquela época, eu não tinha ‘reservas’. O Meirelles está em uma situação muito mais confortável", diverte-se. "Aliás, ele está fazendo um grande trabalho".