Para vereadores prisão de Davino é perseguição.
A prisão do delegado e ex-secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino, foi criticada durante a sessão desta terça-feira na Câmara Municipal de Maceió. Davino, preso no quartel do Corpo de Bombeiros de Alagoas, está sendo acusado da autoria intelectual da morte do pistoleiro Cícero Belém, crime praticado em novembro de 2005. O tema levado ao plenário pelo vereador Pedro Alves (PDT) chamou a atenção dos demais vereadores que saíram em defesa de Davino.
Ao falar do caso, o vereador Pedro Alves relatou que a acusação feita ao delegado é baseada em ouvi dizer, ou seja, a testemunha de acusação em seu depoimento mencionou que ouviu dizer que no dia do crime foi visto uma viatura da polícia na região, o que levou o juiz e o Ministério Público a supor que Davino seria o financiador do crime. “É lamentável ver que nesse Estado o ouvi dizer ganhe tanta força e seja um peso forte para desmoralizar uma pessoa”, falou.
Pedro revelou ainda que na época do crime presenciou uma conversa entre Davino e o então governador Ronaldo Lessa, na qual o então secretário de Defesa Social pediu a ajuda da polícia federal para esclarecer o crime. “Você acha que se o mesmo tivesse algum envolvimento ele iria pedir a ajuda da polícia federal?”, questionou o vereador, acrescentado que o pedido do envio de policiais federais chegou a ser solicitado por Lessa ao Ministro da Justiça, ao qual argumentou que não poderia atendê-lo, pois o caso não se tratava de um crime federal.
Os vereadores Gaba Novaes (PRB), Paulo Corintho (PDT), Carlos Tenório (PMN) e João Mendes também saíram na defesa de Davino. O vereador Carlos Tenório ressaltou a conduta ética e moral do delegado e reafirmou que juridicamente não há provas contra ele. “Para mim isso se trata de perseguição”, falou Tenório.
Já o também delegado João Mendes (PRB) usou a tribuna para rebater as acusações. “Tenho 33 anos de polícia e conheço praticamente todos os delegados. Nunca testemunhei nenhum ato de violência, corrupção, improbidade e promiscuidade de Davino. É um homem de bem, até onde sei”, revela.
Para o vereador a prisão pode ser vista como uma vingança do promotor Marcos Mousinho, que teve seus interesses contrariados quando queria que o delegado Walter Gama fosse para o presídio, mas Davino se insurgiu por causa disso. “Já Tentaram atribuir o seqüestro do juiz Paulo Zacarias a ele, chegando a forçar que o mesmo afirmasse que seu cativeiro fosse nas terras do secretário. Logo depois dessa denúncia veio a acusação de desmanche de carros e agora essa, até onde isso vai chegar”, falou João Mendes.