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Paz e amor

Não há sentimento mais sincero e reconfortante que o do dever cumprido.

Não há sentimento mais sincero e reconfortante que o do dever cumprido. O resultado histórico da sessão do Senado do último dia quatro de dezembro, em que 48 senadores consideraram improcedente o relatório equivocado que conseguiu apenas enxergar frágeis “indícios” contra minha conduta, me deixa confiante no país. Ainda há espaço no Brasil para a Justiça, para que a verdade prevaleça sobre a intriga e sobre as calúnias.

Como disse D. Weinbaum, “o segredo de uma vida rica é ter mais princípios do que fins.” E estes princípios foram a base da minha formação, de minhas convicções políticas, que determinam meu comportamento e minhas atitudes, desde que comecei a carreira pública, quando tinha pouco mais de 20 anos de idade.

Eu me sinto feliz, muito feliz. Consegui uma oportunidade para mostrar para os meus pares e para a sociedade que tudo que estavam dizendo contra mim era mentira. Quando eu me calei é porque o silêncio falava mais do que qualquer coisa.

Eu nunca tive dúvida de que os senadores votariam com a verdade. É importante que o povo saiba onde está a verdade. Eu acho que a honra é um grande valor que temos para defender. Quando se perde a honra, se perde o sentido da vida.

É por isso que agradeço a todos que acreditaram em mim, que, com sua amizade, seu apoio e, sobretudo, sua confiança, distinguiram-me para ocupar, por quase três anos, em duas eleições consecutivas, um dos postos mais honrosos da República: a Presidência do Senado Federal.

Não medi esforços para estar à altura do prestígio do cargo. No seu exercício, mantive excelentes relações e perfeita harmonia com os demais Poderes da República, com todos os senadores e senadoras, com os governadores e prefeitos, sempre em nome do equilíbrio da Federação.

Compreendo que presidir o Senado é resultado das circunstâncias políticas. Entendo, também, que quando tais circunstâncias perdem densidade, ameaçando o bom desempenho das atividades legislativas, é aconselhável deixar o cargo. Para manter a isenção, para que fosse julgado apenas o parlamentar e não a instituição, renunciei ao mandato de Presidente do Senado Federal, sem mágoas ou ressentimentos, de cabeça erguida, demonstrando, mais uma vez, que não usei das prerrogativas do cargo para me defender.

Meus pensamentos, nestes momentos difíceis que atravessei, sempre estiveram voltados para o povo de Alagoas, que, com sua confiança e soberania, me investiu do mandato de Senador da República, de que tanto me orgulho.

Infelizmente, o Senado, de Câmara Alta da Federação, foi transformado por interesses escusos e mascarados em palco de disputas paroquiais e receptáculo de armações de inimigos políticos e pessoais.

É hora de virar esta página, de recuperarmos a credibilidade de nossas instituições, porque quando estas ficam desacreditadas, quem corre risco é a democracia, são as conquistas do povo brasileiro tão duramente adquiridas.

Estejam certos, todos vocês, que continuarei representando meu estado, levando desenvolvimento ao povo de Alagoas, porque acredito neste país e sei que é perfeitamente possível, ainda, viver em harmonia, com paz e amor.

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