Quatro dos parlamentares alagoanos acusados de envolvimento com a rede criminosa que desviou R$ 200 milhões da Assembléia Legislativa por meio de fraudes e adulterações na folha salarial daquele poder, compareceram na tarde de hoje na sede da Polícia Federal para prestar depoimentos.
Os deputados não evitaram a imprensa. No entanto, falaram muito pouco e quase não prestaram esclarecimentos. Nelito Gomes de Barros (PMN) e Dudu Albuquerque (PSB), Maurício Tavares (PTB) falaram pouco com os jornalistas na saída. O deputado Dudu Albuquerque, por exemplo, se disse surpreso com o seu nome está na lista dos nove deputados envolvidos no esquema.
Albuquerque se defendeu alegando que nunca fez parte da Mesa Diretora da Casa Tavares Bastos, já que as acusações dão conta de que o desvio acontecia no “alto clero” do parlamento alagoano. Quanto aos bens apreendidos, entre eles uma televisão de plasma, o parlamentar destacou que tudo foi adquirido de forma lícita.
Nelito Gomes de Barros falou menos ainda após o término de seu depoimento. Ele foi o primeiro a chegar à sede da Polícia Federal. Nelito Gomes de Barros, filho do ex-governador Manoel Gomes de Barros destacou que seu depoimento corre em segredo de justiça. O parlamentar se limitou a afirmar que saiu do depoimento com a consciência tranqüila.
Maurício Tavares nada falou. Neste momento, o deputado estadual Edival Gaia Filho (PSDB) se encontra na Polícia Federal. Ele é o último parlamentar a ser ouvido hoje. Mais quatro deputados – Cícero Amélio (PMN), Cícero Ferro (PMN), Antônio Albuquerque (Democratas) e Arthur Lira (PMN) – devem ser ouvidos durante a próxima semana. O depoimento de Antônio Albuquerque, que preside a Assembléia Legislativa de Alagoas, está marcado para segunda-feira, dia 10.
Durante a manhã, o advogado de Antônio Albuquerque, Adelmo Cabral, esteve na sede da PF para saber se o requerimento para transferência do depoimento para 8 de janeiro havia sido aceito pela Polícia Federal, mas a data não foi alterada. Os deputados só não foram presos – juntamente com as demais pessoas detidas – por conta da prerrogativa da função.