A Associação 1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz, uma organização não-governamental (ONG) suíça, anunciou hoje, de forma simultânea em 40 países, os nomes das candidatas selecionadas para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz 2005.
A Associação 1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz, uma organização não-governamental (ONG) suíça, anunciou hoje, de forma simultânea em 40 países, os nomes das candidatas selecionadas para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz 2005. Entre as escolhidas, 52 são brasileiras. Foram escolhidas mulheres de 153 países e o Brasil teve o terceiro maior número de indicações, atrás apenas da Índia, que concorrerá com 91 mulheres, e a China, com 81.
O projeto da ONG suíça prevê que as mil mulheres concorrerão de forma coletiva ao prêmio, e caso o projeto saia vencedor, o dinheiro do prêmio será usado em uma fundação de estímulos a trabalhos de mulheres que lutam pela paz.
Algumas personalidades constam da lista brasileira, como a atriz Zezé Motta, pela sua atuação em papéis que valorizam a mulher negra e também pelo trabalho que faz à frente do Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, uma ONG que ajuda jovens negros a obterem formação profissional como atores. Além dela, está Ruth de Souza, que foi a primeira negra brasileira a se tornar atriz nacionalmente conhecida.
A radialista da Radiobras, Mara Régia, também integra o grupo. Com 28 anos de profissão, a maior parte deles utilizando o microfone da Rádio Nacional da Amazônia, em programas transmitidos para nove estados da Amazônia Legal, ela conta emocionada que "ao longo dessa trajetória pôde sempre estar em sintonia com o coração das mulheres, fosse dos anos 70 com o programa Viva Maria, pioneiro no trabalho de mobilização das mulheres para atravessar os anos 80 ou com a Constituinte, onde nós brasileiras pudemos garantir 85% de nossas reivindicações e muito disso se deve ao poder de mobilização do rádio, através da Rádio Nacional".
Outra selecionada que compareceu a solenidade foi a advogada Silvia Pimentel, professora universitária e co-autora junto com a feminista Florisa Verucci, já falecida, da primeira proposta de emenda constitucional que resultou na alteração da condição da mulher no Código Civil para a conquista de direitos iguais entre homens e mulheres.
Em 104 anos de existência do Prêmio Nobel da Paz, apenas 13 mulheres foram ganhadoras do título que, tradicionalmente, é entregue em Oslo, capital da Noruega, no dia 10 de dezembro, data de aniversário de morte do fundador do prêmio, o sueco Alfred Nobel. A divulgação dos nomes vencedores ocorre em outubro, normalmente.
Entre as 52 indicadas brasileiras, 18 compareceram à cerimônia de divulgação realizada no Centro Cultural de São Paulo, na região central da cidade. A ministra chefe da Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, Nilcéa Freire, enviou uma mensagem cumprimentando Clara Charf, coordenadora do comitê regional brasileiro do projeto.
Veja a lista com todas as indicadas brasileiras: Zuleika Alembert, Vanete Almeida, Eva Alterman Blay, Zilda Arns Neumann, Jurema Batista, Joênia Batista de Carvalho, Elza Berquó, Luci Teresinha Choinacki, Benedita da Silva, Givânia Maria da Silva, Maria Amélia de Almeida Teles, Zenilda Maria de Araújo, Maria Stella de Azevedo Santos, Lenira Maria de Carvalho, Therezinha de Godoy Zerbini, Maria José de Oliveira Araújo, Luiza Erundina de Souza, Ruth de Souza, Mara Régia di Perna, Maria Berenice Dias, Hilda Dias dos Santos – Mãe Hilda Jitolu, Procópia dos Santos Rosa, Albertina Duarte Takiuti, Margarida Genevois, Raimunda Gomes da Silva, Helena Greco, Lair Guerra de Macedo, Niède Guidon, Nilza Iraci, Moema Libera Viezzer, Leila Linhares Barsted, Ana Maria Machado, Concita Maia, Ana Montenegro, Zezé Motta, Rose Marie Muraro, Fátima Oliveira, Creuza Maria Oliveira, Sueli Pereira Pini, Silvia Pimentel, Jacqueline Pitanguy, Eliane Potiguara, Maria José Rosado Nunes, Alzira Rufino, Heleieth Saffioti, Elzita Santa Cruz Oliveira, Schuma Schumaher, Marina Silva, Heloneida Studart, Elizabeth Teixeira, Maninha Xukuru e Mayana Zatz.