O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), disse em entrevista exclusiva ao Alagoas24horas que as denúncias do deputado Roberto Jefferson atingem a ética petista, mas ninguém deve ser visto como culpado antes que a verdade seja esclarecida.
O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), disse, em entrevista exclusiva ao Alagoas24horas, que as denúncias do deputado Roberto Jefferson atingem a ética petista, mas ninguém deve ser visto como culpado antes que a verdade seja esclarecida.
O deputado também diz que partidos como PFL e PSDB estão tentando insinuar que todos os partidos são iguais, o que acabou abalando a militância do PT.
Sobre como recuperar a auto-estima do eleitor petista, especialmente em Alagoas, Paulão diz que o partido não pode recuar, “tem que jogar no ataque, mostrar que não tem envolvimento com irregularidades. No Estado, nossa orientação é trabalhar junto aos partidos aliados e movimentos sociais, debatendo em cada município no sentido de nos preparamos para enfrentar nosso grande adversário, que tanto no Estado, quanto nos municípios é o PSDB junto com o PFL”.
Quanto às denúncias do governador Ronaldo Lessa sobre a existência de ‘mensão’ no poder Judiciário, Paulão diz que são agraves e que devem ser apuradas.
Não adianta criar mecanismos para não enxergar essa realidade. O Roberto Jéferson fazia parte da base do governo, fez e ainda faz denúncias gravíssimas, embora não tenha apresentado provas e critique de forma veemente membros do PT nacional. Quero crer, conhecendo essas pessoas como conheço, que até que se prove o contrário, são pessoas sérias. Se no final ficar comprovado que eles foram culpados, deverão ser responsabilizados. Por enquanto, fica evidente que a tática dele (Jéferson) é inteligente. Está trabalhando o ataque ao Partido dos Trabalhadores em dois pilares do PT, a ética e a transparência na aplicação de recursos públicos. Fica claro que o PFL e o PSDB estão se aproveitando do momento.
Eles, PFL e PSDB, estão fazendo a política do ataque. Preservam momentaneamente o Lula, mas o alvo é o José Dirceu, que simboliza a base histórica do PT. E dentro do partido, atacam o José Genoíno e outros, tentando colocar o PT na vala comum, para mostrar para a população que todos os partidos e políticos são iguais. Isso abalou a militância forte, aqueles eleitores que votavam no PT com convicção estão descrentes no partido.
Isso é ruim para a Democracia, pois quem ganha é o poder econômico, pois o que está em jogo é um projeto político.
Não tenho dúvidas de que essa CPI vai rolar até o final do ano. Essa convulsão política ainda não atingiu a economia do país. Não vejo clima de golpe no Brasil, como muitos querem fazer parecer. Ao contrário do que ocorreu na era Collor, quando a crise saiu do palácio para o Congresso, essa é uma crise que sai do Congresso para atingir o palácio. No entanto, não vemos a economia fragilizada, tampouco a sociedade civil se mobilizando nas ruas contra o governo. O que se vê agora é uma sociedade apática, descrente, mas não há clima de impecheament.
O que existe é uma raiva muito grande de partidos como PFL e PSDB, cuja maioria dos prefeitos está envolvida nos escândalos de desvio de dinheiro público auditadas pela Controladoria Geral da União, no país. É claro que esses prefeitos influenciam parlamentares nesse projeto de ataque ao Governo.
O PT fez a política de alianças, inclusive com partidos tradicionais, com seus vícios e cultura histórica. Agora está pagando o preço devido a essa realidade. Dessa crise devemos tirar lições positivas e negativas e o maior condutor deverá ser o próprio Lula, que já provou disposição ao lançar esta semana, o Programa de Combate a Corrupção. Esse é um passo. Ainda é preciso medidas como reduzir o número de cargos comissionados, valorizar mais o servidor público, graduando-o com um plano de cargos e carreira e promover a Reforma Política, defendendo a fidelidade partidária e o financiamento público de campanha. Na minha opinião, o presidente deveria mudar dois ministros, Romero Jucá, da Previdência, e Henrique Meireles, do BC.
O partido não pode recuar, tem que jogar no ataque, mostrar que não tem envolvimento com irregularidades. No Estado, nossa orientação é trabalhar junto aos partidos aliados e movimentos sociais, debatendo em cada município no sentido de nos preparamos para enfrentar nosso grande adversário, que tanto no Estado, quanto nos municípios é o PSDB junto com o PFL.
O governador fez denúncias graves, que tem que ser apuradas. Ele citou nominalmente dois juízes e esse discurso pode gerar uma reação coorporativista do poder Judiciário, agravando ainda mais a situação de inelegibilidade dele. Esta contenda entre o governador e os juízes não pode ser levada em conta na hora que o TRE for avaliar o processo dele, sob pena de afetar a Democracia e a gestão pública.