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Equipes do PSF são treinadas para identificar portadores de doenças mentais

Equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) que atuam em vários municípios alagoanos estão sendo treinadas para identificar os indivíduos portadores de doenças mentais. “A doença mental é uma realidade e está crescendo no mundo inteiro.

Equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) que atuam em vários municípios alagoanos estão sendo treinadas para identificar os indivíduos portadores de doenças mentais. “A doença mental é uma realidade e está crescendo no mundo inteiro. Hoje, 30% da população é afetada por problemas relacionados às drogas, principalmente, o alcoolismo, esquizofrenia e depressão”, disse a diretora do hospital psiquiátrico Portugal Ramalho, Rosemeire Rodrigues.

A diretora criticou a forma de desospitalização utilizada por algumas instituições dizendo que esse tipo de política pública, que tem como objetivo tirar o paciente do hospital e colocá-lo na rua, só aumenta o número de mendigos e a criminalidade. “Muitos pacientes não têm os dados corretos e muitos são abandonados pelos seus familiares“, afirmou, defendendo a desistitucionalização, a forma mais adequada para tratar a doença mental.

Rosemeire Rodrigues ressaltou que o importante é investir na estrutura do hospital, no comportamento ético, estratégia psicossocial e no processo de autonomia mental do paciente, para que ele possa ter acesso, inclusive, a uma aposentadoria. “Com isso, o portador de doença mental poderá cuidar de si mesmo, sendo apenas tutorado pela equipe hospitalar”.

Ela acrescentou que problema de saúde mental se dá em todas as classes sociais, só que por falta de tratamento adequado os sintomas são agravados. A diretora defendeu que o ideal seria que existisse uma equipe disponível para o tratamento de doenças mentais nos postos de saúde, porque contribuiria para a diminuição da demanda nos hospitais psiquiátricos. “O que eu defendo é que o paciente carente seja atendido por uma equipe multiprofissional e receba, além do tratamento, a medicação adequada, como é feito no Portugal Ramalho”, afirmou.

Defendeu ainda a participação da comunidade e afirmou que famílias e asilos estão adotandos pacientes do hospital. Ela ciou como exemplo o trabalho desenvolvido por duas auxiliares de enfermagem aposentadas, que moram no bairro de Fernão Velho, e cuidam de cinco mulheres portadoras de doenças mentais. Todo o trabalho das duas voluntárias e supervisionado por profissionais do hospital.

Rosemeire Rodrigues também explicou como funciona o Centro de Atendimento Psicossocial (Caps). “A filosofia é muita bonita, porque o centro serve de intermediário entre as internações 24 horas e o ambulatório, com objetivo de diminuir a demanda hospitalar. O que está ocorrendo é que pacientes com transtornos neuróticos e de ansiedade, que deveriam ser atendidos apenas no ambulatório, estão sendo tratados pelo Caps”, desabafa.

Além do hospital Portugal Ramalho, alguns municípios alagoanos já contam com o trabalho do Centro de Atendimento Psicossocial.