O partido se propôs a dar ao presidente a oportunidade de demonstrar que não está envolvido nas denúncias de corrupção. O conselho político decidiu no entanto não apoiar qualquer projeto de reeleição do presidente Lula.
O senador Osmar Dias, líder do PDT, anunciou nesta terça-feira (5) a postura assumida por seu partido, em reunião do conselho político, de apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que conclua seu mandato. O partido se propôs a dar ao presidente a oportunidade de demonstrar que não está envolvido nas denúncias de corrupção. O conselho político decidiu no entanto não apoiar qualquer projeto de reeleição do presidente Lula. Segundo Osmar Dias, a reeleição foi uma decisão infeliz e tem sido a principal causa dos desmandos dos últimos anos.
– A reeleição leva, por exemplo, o governador a se eleger, governar um ano e já começar a campanha para a reeleição. Ninguém faz um segundo mandato melhor que o primeiro, disse o senador.
Osmar Dias relatou que os "radicais" de seu partido queriam votar pura e simplesmente o impeachment do Presidente Lula e que, nesse momento, dizer que confia no presidente, como fez Pedro Simon em seu discurso, é um ato de coragem. O PDT defende ainda o aprofundamento das investigações. O senador informou que outra decisão adotada no encontro foi a de organizar um ato público, no Rio de Janeiro, dia 28 deste mês, em favor da apuração das denúncias de corrupção. Ele espera a participação de diversos partidos que, de fato, desejam a investigação dos fatos relatados.
O parlamentar disse que é preciso apurar e punir os responsáveis, mas também reafirmar que, na classe política, há pessoas sérias que merecem o respeito da sociedadeOsmar Dias citou mais uma vez o colega Pedro Simon, cujo discurso coincidiria com seu posicionamento, desde o início da crise, de não tirar proveito político da situação. Ele lembrou também que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem dito que a atual crise política não está afetando a economia, porque seus fundamentos são fortes. Ressaltou no entanto que o sindicalista Paulinho, da Força Sindical, teria afirmado que algumas empresas já começam a dar férias coletivas aos empregados pois não há confiança nas instituições, sendo o Congresso uma das mais desacreditadas.