Especialista avalia: "para gerar empregos é necessário que o PIB, Produto Interno Bruto, do país cresça a uma taxa superior, de pelo menos 5%".
“A taxa de emprego ou desemprego é relacionada com o crescimento da economia”, explica o professor doutor em Política Econômica pela Universidade de Campinas (Unicamp), Edimilson Veras. Deste modo, para gerar empregos é necessário que o PIB, Produto Interno Bruto, do país cresça a uma taxa superior, de pelo menos 5%.
Em relação ao potencial de geração de empregos, Alagoas possui suas particularidades. O setor que mais contrata é o sucro-alcooleiro, que funciona sazonalmente. “Durante apenas um período do ano, o da colheita da cana-de-açúcar, é registrado um grande número de contratações, feitas pelos usineiros”, declara o professor Veras.
Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Emprego (Caged), revelam esse aumento de contratações com carteira assinada, a partir do mês de setembro. Já nos meses de fevereiro e março, os dados do Caged demostram alto índice de desempregados, justamente no período em que começa no Estado um novo ciclo da plantação da cana-de-açúcar.
Segundo o professor Edimilson Veras, desde 1994 a economia brasileira não cresce em níveis razoáveis. “Antigamente o desemprego atingia apenas analfabetos, mas hoje em dia até jovens, com idade entre 16 e 24 anos, não estão conseguindo emprego. Quando trabalham é de forma precária, sem carteira assinada, ou com baixa remuneração”, traduz.
Os jovens formam o maior contingente de desempregados do país. E mesmo os mais preparados, que cursaram até o Ensino Superior completo, enfrentam dificuldades de acesso ao mercado de trabalho.
“Por isso é que as pessoas desejam passar num concurso público, porque no setor público se tem garantia e se paga relativamente bem, em relação ao setor privado”, analisa Veras.
O economista afirma ainda que as empresas privadas e o setor público – formado pelo Governo federal, estadual e municipal – são os grandes responsáveis para mudar esta realidade. Entretanto, o setor privado somente investe em novos empreendimentos se o retorno for maior que a taxa de juros a ser paga. E o setor público atualmente não tem condições para investir porque está pagando altos juros de dívidas públicas.
“Essa situação de desemprego, na minha opinião, só poderá ser revertida se o país reduzir as taxas de juros para que o Estado possa assim, investir em obras e programas de infra-estrutura, saneamento, saúde e educação”, concluiu Veras.