O corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), denunciou hoje o que considera uma "operação terrorista" para desviar o foco das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.
O corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), denunciou hoje o que considera uma "operação terrorista" para desviar o foco das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.
A estratégia, de acordo com ele, ficou evidente com a publicação pelo jornal O Estado de S. Paulo, no último domingo, de uma lista de 22 deputados que supostamente estariam recebendo o "mensalão", entre eles o próprio corregedor.
O deputado negou a denúncia e informou ainda que abrirá mão do sigilo dos seus dados telefônicos e bancários se for solicitado. "Estão querendo montar uma operação para jogar lama em homens de bem. Como isso ocorreu às vésperas de depoimentos importantes da CPMI, é claro que se trata de uma tentativa de tirar o foco da comissão e constranger quem está investigando irregularidades", afirmou o deputado, em entrevista coletiva em seu gabinete.
A CPMI ouvirá o depoimento do secretário-geral licenciado do PT, Silvio Pereira, nesta terça-feira, e do tesoureiro licenciado do partido, Delúbio Soares, na quarta (20).
O corregedor prometeu apurar todas as denúncias. "Se pensam que vão me intimidar, estão muito enganados", avisou. "Os deputados que tiverem cometido irregularidades receberão punições exemplares, e quem for inocente será inocentado."
Ciro Nogueira disse ainda que não sabe quem teria passado a relação com nomes de parlamentares para o jornal paulista. "A CPI é composta por homens sérios, mas não pode servir de instrumento para ações desse tipo", ressaltou. "Gostaria de ter uma acareação com o responsável pela lista, mas bandido não aparece para fazer acareação."
Nogueira também falou sobre vazamento de informações, na Folha de S.Paulo, de depoimentos sigilosos concedidos à comissão de sindicância da Corregedoria que investiga as denúncias feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
De acordo com o deputado, "se algum integrante da sindicância vazou informações, não deveria ter agido dessa forma". Ele observou que o jornal não divulgou o inteiro teor de nenhum depoimento, mas apenas trechos.
O corregedor informou ainda que não tem o desejo de ser ministro. "Se alguém queria atrapalhar a minha ida para o ministério, não precisaria ter chegado a tanto, pois essa não é a minha intenção", garantiu. Segundo ele, cabe ao partido e ao presidente Lula decidir se o PP deve ou não participar do governo.