Trabalhadores rurais ligado ao Movimento Sem Terra ocupam, desde ontem, uma das fazendas do empresário Luis Carlos Costa, o "Lula Cabeleira". A invasão ocorreu no município de Delmiro Gouveia. Conforme informou a assessoria de Cabeleira, as terras invadidas, já estavam em processo de negociação com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), desde maio de 2004, como parte de um projeto de assentamento e geração de renda.
A propriedade invadida fica no perímetro urbano de Delmiro Gouveia, e segundo o empresário, seria usada para projetos sociais destinados a geração de emprego e renda para população pobre da cidade.
Como informou a assessoria de Lula Cabeleira, por conta desta negociação, que já está bem avançada, o empresário acredita que a invasão possa ter associação com interesses políticos.
Terra loteada
O empresário também informou, que a propriedade já havia sido loteada em chácaras e legalizada e que, o Incra investiria R$ 13.457,83 por família assentada. Cabeleira não concordou com o projeto e pediu reavaliação por conta das benfeitorias da terra.
Na proposta de Lula Cabeleira, o Incra, além da compra da terra, financiaria a compra de avestruzes para criar no assentamento e um salário de R$ 300 para cada família, e no final de 24 meses, os assentados estariam tirando das terras – conforme estudos do empresário – cerca de R$ 900 mensais.
A propriedade invadida tem a extensão de 2.317 hectares e seu loteamento está legalizado pelo documento 1/12019 de 23 de abril de 2004. A proposta feita pelo Incra, que prevê condições de sobrevivência na terra (processo 54370/000426/2004), ainda se encontra dentro do processo de reavaliação.