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Simone confirma empréstimos e nega distribuição de dinheiro em malas

A diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos, confirmou, em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, nesta quarta-feira (3), que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza realizou empréstimos de "mais de R$ 50 milhões" para o PT e que ela teria providenciado a documentação para a operação, mas negou que tenha ocorrido distribuição de dinheiro em malas.

Agência Senado

Simone Vasconcelos disse que apenas cumpria ordens

em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, nesta quarta-feira (3), que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza realizou empréstimos de "mais de R$ 50 milhões" para o PT e que ela teria providenciado a documentação para a operação, mas negou que tenha ocorrido distribuição de dinheiro em malas.

Simone Vasconcelos afirmou também que o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha vitoriosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi um dos beneficiários dos recursos levantados pela agência para o PT, recebendo R$ 15 milhões para "acertos de campanha".

Na primeira parte de seu depoimento, Simone Vasconcelos apresentou ainda lista com 12 nomes que teriam recebido dinheiro diretamente de suas mãos, entre eles João Cláudio Genu, assessor do deputado José Janene (PP-PR), e o deputado José Borba (PMDB-PR). A diretora financeira da SMP&B confirmou ainda que autorizou Roberto Marques a fazer saques das contas da agência. "Tudo que fiz foi com autorização de Marcos Valério", alegou.

Responsável pela área financeira da empresa, Simone Vasconcelos disse, depois de muita insistência do relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que o faturamento da agência foi de R$ 110 milhões em 2004, sendo o lucro de R$ 20 milhões.

Não soube explicar, entretanto, por que a movimentação financeira da SMP&B foi de mais de R$ 600 milhões, e mesmo diante de apelo de Serraglio, que irritado, pediu a ela que prestasse esclarecimentos e ajudasse a CPI, ficou calada.

A diretora financeira também disse como funcionava o esquema para a entrega do dinheiro aos parlamentares e assessores. Para alguns, ela sacava os valores e entregava dentro da agência, sempre sem exigir recibo.

Algumas vezes, o Banco Rural chegou a oferecer "uma salinha" para que fizesse o repasse. Depois de algum tempo, o procedimento não foi mais necessário.

"Os funcionários já conheciam as pessoas, eu deixava o nome anotado (do beneficiário) no verso da autorização (para ela, Simone, sacar) e o banco pagava. Por isso há muitos saques em meu nome", explicou.

Em seus relatórios fiscais mensais da SMP&B, explicou, Simone Vasconcelos sempre anotava a entrada de recursos como "empréstimos" e as saídas como "empréstimos ao PT".

Questionada pelo relator sobre problemas com o fisco, ela não respondeu, mas anunciou que na próxima segunda-feira (8) a Receita Federal fará fiscalização na empresa. A depoente também afirmou só conhecer a queima das notas fiscais da DNA pela imprensa – por estar de férias – e negou que conheça o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Silvio Pereira e o ex-presidente do partido José Genoíno: "Mas conheço o sr. Delúbio", destacou.