A intenção da audiência é abrir a discussão sobre o trabalho clandestino e, muitas vezes, degradante, ao qual estão submetidos muitos trabalhadores. Além de tentar conscientizar o trabalhador que é direito ter carteira assinada e cobrar dos empregadores o respeito à lei.
A Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) realiza hoje uma audiência coletiva para discutir o trabalho clandestino em Alagoas. O evento começa às 9h no auditório da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), no Centro, e vai contar com participação de representantes de usineiros e fazendeiros plantadores de cana, dos trabalhadores rurais, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Ministério Público, entre outros.
No início da audiência haverá a palestra do professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles. Ele vai fazer um panorama sobre a situação do setor sucroalcooleiro no Estado.
De acordo com procurador do Trabalho, Cássio de Araújo Silva, a intenção da audiência é abrir a discussão sobre o trabalho clandestino e, muitas vezes, degradante, ao qual estão submetidos muitos trabalhadores. “Precisamos conscientizar o trabalhador que é direito seu ter carteira assinada e cobrar dos empregadores o respeito à lei”, disse.
Só nas duas últimas inspeções realizadas pela PRT, na zona rural de Messias, mais de 70 trabalhadores foram encontrados em situação irregular, com práticas de total desrespeito aos direitos do cidadão. “Encontramos trabalhadores sendo transportados em caminhão tipo gaiolão ou vivendo em condições subumanas, em ambiente insalubre, sem o mínimo de higiene”, revelou o procurador.
A PRT está exigindo dos donos das fazendas a regularização da situação dos trabalhadores e propondo a assinatura de termo de ajustamento de conduta para garantir os direitos trabalhistas. Caso não haja acordo a Procuradoria ajuizará ação civil pública. “Decidimos fazer essa audiência justamente para discutir todas essas questões tanto com os trabalhadores, com os empregadores e com toda sociedade, que também está convidada para participar”, disse Cássio de Araujo.