Durante a primeira sessão plenária, após o recesso, a deputada estadual Maria José Viana (PSB) concedeu entrevista exclusiva ao Alagoas 24 Horas. Além de revelar que o legislativo não a atrai e, reconhecendo que sua passagem pela Assembléia Legislativa de Alagoas (Ale) a frustrou, uma vez que segundo ela, sua passagem pela Secretaria Executiva de Educação a realizou muito mais, Viana afirmou: “depois de mim a educação em Alagoas anda a passos lentos”.
Comemorando a aprovação pela Ale, da Lei estadual que reserva 50% das vagas das universidades estaduais para alunos da rede pública de educação, a deputada socialista afirma que esse foi o seu principal projeto. Através da nova Lei Estadual, os estudantes carentes poderão ingressar na universidade, “e terão a oportunidade de sonhar com um futuro digno e promissor”.
AL 24 HORAS – Após a sua passagem pela Secretaria Executiva de Educação (SEE), a senhora não teve dificuldades para chegar a Ale. Como a senhora analisa o seu primeiro mandato?
Através do meu trabalho a frente da SEE, meu nome foi ganhando projeção e toda a comunidade escolar viu em mim um nome forte para representá-los na Assembléia Legislativa. Atendendo ao pedido do PSB e a solicitação da população, aceitei o desafio, mesmo tendo um pouco de receio do que iria encontrar ao longo dos quatro anos de mandato. Sofri um pouco de preconceito no início, acho que, isso se deve, ao fato de sermos apenas duas mulheres, num universo de 25 homens. Confesso que me decepcionei em decorrência de me ver de mãos atadas para solucionar problemas cruciais que chegam até o meu conhecimento, seja através daqueles que me procuram ou pelas viagens que faço no Estado.
AL 24 HORAS – Então a senhora não será candidata à reeleição?
Isso não faz parte dos meus planos, entretanto tenho que atender ao chamamento do PSB. Quando digo isso àqueles que fazem parte da comunidade escolar, eles afirmam que tenho que resistir, que ir em frente e não desistir. Mas o que me seduz mesmo é o executivo, acho que posso fazer mais do outro lado.
AL 24 HORAS – A senhora prefere, por exemplo, ser candidata à governadora ou prefeita?
Acho que não estou preparada para estes desafios. Mas quando falo de executivo, estou me referindo a cargos do primeiro escalão, a exemplo do que assumi na pasta da Educação.
AL 24 HORAS – Por falar em educação, como a senhora vê o ensino público em Alagoas. Ele melhorou ou não após a sua saída da SEE?
Tivemos muitos avanços, uma vez que conseguimos promover uma revolução em uma área antes desacreditada e, não zelada pelos governos anteriores ao do governador Ronaldo Lessa. Acredito que “depois de mim a educação em Alagoas anda a passos lentos”, já que a Educação de Jovens e Adultos (Eja), por exemplo, sofreu uma estagnação.
AL 24 HORAS – O “Ronaldízio” na SEE contribuiu para essa estagnação a qual a senhora se refere?
Acredito que sim. Primeiro porque a minha sucessora me decepcionou muito, ela não foi coerente, não preservou o que tínhamos lutado para implantar. Não estou criticando a atuação de ninguém, mas acho que os meus sucessores deveriam ter trabalhado com mais cuidado.
AL 24 HORAS – Durante o congresso estadual do PSB, foi anunciado que o vice-governador Luiz Abílio é o nome do partido para disputar o governo. A senhora não acredita que esse anúncio foi prematuro e, que agora, Abílio irá se transformar em vitrine de críticas para os opositores?
Acredito que não. Ele é um homem de uma conduta ilibada e, foi o nome de consenso para suceder a Ronaldo Lessa. Ele está preparado para isso e, será um grande governador, irá continuar trabalhando para que Alagoas não saia dos trilhos.
AL 24 HORAS – A senhora aceitaria ser novamente secretária de Educação?
Pretendo agora cumprir o meu mandato. Fui eleita para isso, quem sabe no futuro.