No fechamento do primeiro semestre de 2005, a agroindústria registrou crescimento de 0,3%, taxa bastante inferior à assinalada pela média da indústria brasileira (5,0%) em igual período, repetindo o ocorrido no ano passado, quando o resultado da indústria geral foi de 8,3% e o da agroindústria, 5,3%.
RIO – No fechamento do primeiro semestre de 2005, a agroindústria registrou crescimento de 0,3%, taxa bastante inferior à assinalada pela média da indústria brasileira (5,0%) em igual período, repetindo o ocorrido no ano passado, quando o resultado da indústria geral foi de 8,3% e o da agroindústria, 5,3%.
Segundo o IBGE, o desempenho da pecuária (2,5%) no primeiro semestre foi superior ao da agricultura (-0,7%), de maior peso na agroindústria. O grupo de inseticidas, herbicidas e defensivos agrícolas obteve expansão de 2,4%. A pequena variação de 0,3% no indicador acumulado do primeiro semestre foi decorrente de dois trimestres de resultados opostos, uma vez que o primeiro trimestre recuou 3,5%, enquanto que o segundo trimestre cresceu 3,3%.
O resultado da agroindústria no primeiro semestre é conseqüência de uma conjuntura desfavorável, principalmente para os setores vinculados à agricultura, os quais foram afetados pela redução dos preços internacionais de algumas commodities agrícolas; aumento dos custos de produção; crédito mais seletivo e mais caro; e câmbio valorizado, que inibiu uma expansão ainda maior das exportações.
Além disso, devido ao clima mais seco no centro-sul do país, algumas culturas apresentaram uma menor safra, conforme mostrou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho, que prevê para este ano um volume de produção de 113,7 milhões de toneladas de grãos, inferior 4,7% à produção obtida em 2004 (119,4 milhões de toneladas).
A expressiva queda do grupo dos produtos utilizados pela agricultura (-23,1%) foi a maior responsável pela baixa performance da agroindústria neste primeiro semestre do ano. Este setor foi impactado negativamente pela queda da rentabilidade agrícola e pelo aumento dos custos de produção, principalmente, em função da alta dos preços do petróleo, insumo básico para a produção de fertilizantes; e do aço, utilizado na produção de máquinas e equipamentos agrícolas.
Por outro lado, os setores associados à pecuária continuam se beneficiando da boa performance das exportações de carne bovina, suína e frango; e pela conquista de novos mercados, em função da boa qualidade do produto brasileiro, e de crises sanitárias, como o “mal da vaca louca” que afetou os rebanhos dos Estados Unidos e da Europa; e da gripe aviária, que afetou a China e importantes produtores do sudeste asiático.
Conforme estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC), no período de janeiro a junho deste ano, em relação ao mesmo período de 2004, o volume exportado de alguns produtos da agroindústria apresentou os seguintes resultados: pedaços e miudezas de aves (23,1%), carnes de bovinos congeladas (37,6%), carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (11,0%), carnes de suínos congeladas (20,6%), açúcar de cana (59,5%), celulose (14,1%), fumo (12,7%), álcool (13,6%) e madeiras serradas (2,9%). Entretanto, os derivados da soja, itens dos mais importantes na pauta de exportação brasileira, mostraram fraco desempenho: óleo de soja em bruto, mesmo degomado (-2,9%), grãos de soja triturados (-1,5%) e bagaços e outros resíduos da extração do óleo de soja (0,8%).