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Câmara mantém mínimo de R$ 300

A votação foi simbólica porque os deputados rejeitaram anteriormente, em votação nominal, um requerimento de retirada da matéria apresentado pelo líder do PMDB, Wilson Santiago (PB).

O Plenário manteve o salário mínimo de R$ 300 ao rejeitar nesta quarta-feira, em votação simbólica, o projeto de lei de conversão do Senado para a Medida Provisória 248/05, que aumentava o valor para R$ 384,29. A votação foi simbólica porque os deputados rejeitaram anteriormente, em votação nominal, um requerimento de retirada da matéria apresentado pelo líder do PMDB, Wilson Santiago (PB). O Regimento Interno não permite duas votações nominais em intervalo menor que uma hora.

Partido dividido

Dentro do próprio PMDB, o deputado Geddel Vieira Lima (BA) contestou a apresentação do requerimento. "É óbvio que existe uma divisão nítida na bancada do partido. O PMDB, que quer lançar uma candidatura própria, não pode compactuar com essa manobra", afirmou.
O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), argumentou que a tentativa de retirada de pauta da MP pelo líder do PMDB não seria isolada, mas teria a assinatura de outros deputados que não o fizeram.

Duas cestas básicas

Quanto ao mérito da MP, Chinaglia considerou a decisão de manter o valor de R$ 300 "difícil de ser tomada, mas necessária". Ele ressaltou que esse valor não cria problemas de caixa para a maioria dos municípios e para a Previdência Social e possibilita a compra de duas cestas básicas, enquanto no governo anterior o valor do mínimo não alcançava uma cesta e meia.

Na opinião do líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), o PT e o governo Lula rasgaram uma de suas principais bandeiras, que era a proposta de dobrar o valor do salário mínimo. "O PT defendeu, durante anos, que a desculpa do impacto negativo na Previdência para não reajustar o mínimo era falsa, pois bastaria cobrar dos devedores da Previdência", lembrou.