Em nota oficial, o ministro Antônio Palocci negou "com veemência a veracidade da informação" de que tenha recebido recursos da empresa Leão&Leão, quando exercia o cargo de prefeito do município de Ribeirão Preto.
Brasília – O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, faz hoje uma entrevista coletiva, para esclarecer as denúncias de seu ex-assessor Rogério Buratti. Na sexta-feira, ex-secretário Rogério Buratti disse ao Ministério Público que o então prefeito do município e atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci, recebia R$ 50 mil por mês de empresa Leão&Leão, prestadora de serviço de coleta de lixo da cidade. Na época, Buratti era assessor de Palocci.
Em nota oficial, o ministro Antônio Palocci negou "com veemência a veracidade da informação" de que tenha recebido recursos da empresa Leão&Leão, quando exercia o cargo de prefeito do município de Ribeirão Preto. A empresa contribuiu para a campanha eleitoral de Palocci para a prefeitura de Ribeirão Preto, o que, segundo a nota, "está devidamente registrado na prestação de contas levada ao Tribunal Regional Eleitoral".
O advogado Rogério Tadeu Buratti foi secretário municipal de Ribeirão Preto quando o ministro da Fazenda, Antônio Palloci, era prefeito da cidade. Buratti foi preso no dia 16 a pedido do Ministério Público de Ribeirão Preto sob acusação de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Por meio de interceptação telefônica, a polícia gravou conversas de Buratti com o corretor Claudinei Mauad, que o ajudou na aquisição de fazendas. Nas conversas, Buratti pedia ao corretor que sumisse com os documentos, o que é considerado obstrução de prova e motivo para o pedido de prisão preventiva. Buratti já estava sendo investigado por acusações de ter participado de fraudes em licitações para a coleta de lixo em Ribeirão Preto. Ele foi vice-presidente da empresa Leão&Leão.
Além disso, Buratti é suspeito de ter influenciado, a pedido do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, as negociações para renovação do contrato da empresa multinacioal Gtech com a Caixa Econômica Federal. Na CPI dos Bingos, Buratti foi acusado por ex-dirigentes da Gtech Brasil de ter cobrado R$ 6 milhões pela suposta intermediação nos contratos. Em depoimento à CPI, o ex-assessor de Palocci negou as acusações.